Na Grande BH, trabalho como Papai Noel rende até R$ 6 mil no fim de ano

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
16/11/2018 às 20:19.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:52
 ( ItaÚ Power Shopping/Divulgação)

( ItaÚ Power Shopping/Divulgação)


A tradição do Papai Noel continua viva em Belo Horizonte – e paga bem. A hora do “bom velhinho” custa até R$ 600 para eventos. Já os contratos para shoppings centers podem render R$ 6 mil para 45 dias de trabalho, se o candidato à vaga for bem parecido com o personagem lendário.

A Doces Mãos de Fada trabalha há 16 anos com a captação de Papais Noéis. Neste ano, são dez os candidatos com barba e cabelo original. Mas segundo a diretora da empresa, Amanda Guimarães Papatella, também há espaço para atores que usam barbas postiças. 
“Neste ano, a agenda de eventos corporativos está movimentada. Também estamos focando no trabalho na noite de Natal, quando o cachê aumenta consideravelmente”, afirma.

Em números, a hora trabalhada até o dia 23 de dezembro rende pelo menos R$ 390 ao “bom velhinho”. Já na entrega dos presentes, na noite de 24 de dezembro, a visita de 40 minutos sai por R$ 590. 

Nos shoppings da capital e da região metropolitana, o Papai Noel é presença obrigatória. A Projectum, empresa que está no mercado há 18 anos, tem 12 “bons velhinhos” em centros de compras e outros dez escalados para eventos. A proprietária, Dione Furtado Mendonça, afirma que a procura para ingressar nesse ramo é grande porque o cachê médio, de R$ 6 mil para uma jornada de seis horas, faz uma boa diferença no orçamento doméstico. 

“Neste ano recebemos 20 novos candidatos que pretendem entrar no negócio por causa do salário”, afirma.

No Shopping Del Rey, na região da Pampulha, um dos Papais Noéis da temporada é Paulo César Bretas, 66 anos. Aposentado em 2016 e motoqueiro aos fins de semana, ele acabou no ramo por incentivo das filhas. A estreia foi em uma festa de Natal de uma concessionária de veículos. A experiência foi tão positiva que Paulo não parou mais. 

“Eu queria ter uma experiência nova. Como gosto muito de crianças, estou adorando essa função”, comemora.

O esforço de não cortar os cabelos e a barba desde março valeu a pena, já que, com a renda extra, Paulo vai bancar uma viagem de moto para o Sul do Brasil, em maio de 2019.

O policial militar reformado José dos Santos Cordeiro, 59 anos, trabalha como Papai Noel desde 2010. “Comecei nessa aventura para atender a um pedido da minha filha pedagoga”, conta. De lá pra cá, tomou gosto pela profissão. 

Além do trabalho no BH Shopping, na região Centro Sul da capital, ele também faz eventos corporativos. Pela hora trabalhada, recebe R$ 500. José usa parte do dinheiro que ganha para comprar presentes para crianças e famílias carentes de Belo Horizonte. “Sou uma espécie de Papai Noel Robin Hood”, define-se.

 Aposentados investem na aparência durante meses para conseguir o trabalho temporário 

Um dos Papais Noéis do Itaú Power Shopping, localizado em Contagem, é Eustáquio José de Oliveira, 71 anos. Aposentado após uma carreira construída em empresas de Recursos Humanos, há seis anos ele veste a roupa vermelha do “bom velhinho” para tirar fotos e conversar com crianças e adultos em shoppings na região metropolitana. 

“Eu sempre gostei da decoração de Natal e quando estava na fila para cumprimentar o Papai Noel, aqui mesmo no Itaú, acompanhado da minha esposa e enteada, o rapaz que estava na minha frente me disse que o Papai Noel queria falar comigo. Foi ali que recebi o convite para fazer uma parceria”, lembra. 

Como tinha se comprometido a viajar com a família, a conversa só rendeu frutos no ano seguinte. Convencido a encarnar o “bom velhinho”, Eustáquio de Oliveira deixou o cabelo e a barba crescerem durante meses para ser um Papai Noel à altura da tradição. 

Em 2017, além das seis horas diárias de trabalho no shopping, ele também animou uma festa de Natal corporativa, em Contagem.

Neste ano, os R$ 6 mil obtidos por um dos contratos fechados para o período natalino já têm destino certo. Às voltas com o orçamento apertado, o Papai Noel precisa se capitalizar para iniciar 2019 “no azul”. 

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