Na onda do home office: empresas de locação de equipamentos lucram com o trabalho remoto

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
31/07/2020 às 20:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:10
 (Ink Comunicação/divulgação)

(Ink Comunicação/divulgação)

Quase a metade das empresas brasileiras (46,7%, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração -FIA) foi obrigada a adotar o trabalho remoto a partir da pandemia de Covid-19. O novo cenário impôs ajustes e adaptações para manter, dentro do possível, rotinas semelhantes às das atividades presenciais, limitadas ou descartadas em decorrência da questão sanitária. O que acabou criando, num momento de futuro incerto para muitos negócios, um cenário bastante positivo para um setor em especial. 

Quem aluga computadores, soluções de TI e equipamentos eletrônicos viu a demanda aumentar com o cenário do home office e conseguiu driblar a queda no movimento provocada pela interrupção de eventos como feiras, convenções e palestras. A aposta é de que o que surgiu como necessidade temporária ganhe cada vez mais espaço no faturamento.

A mineira Microcity, hoje uma das principais empresas do setor de tecnologia da informação no país, viu as vendas crescerem 49% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2019. Foi obrigada, inclusive, a adquirir 5 mil máquinas, entre desktops e notebooks, para dar conta da maior procura. E já bateu a meta de aquisição de novos clientes do ano.

O home office não era novidade para a empresa, que inclusive já se valia dele com parte da própria equipe. Assim, foi possível oferecer com rapidez soluções ajustadas a diferentes segmentos - call centers, bancos, telecomunicações, energia e setor público, por exemplo. Ao lado dos quais a educação ganha espaço, com universidades em busca de oferecer ajuda especialmente aos alunos mais carentes, e aprimorar suas ferramentas de aula.

“Nenhuma empresa que trabalha conosco pretende abrir mão do home office nesse novo normal. E nós temos a capacidade de oferecer produtos que sirvam para os dois cenários - presencial e remoto. É uma mudança importante de paradigma, se você considerar, por exemplo, uma empresa com 400 funcionários que, de repente, deixa de ter tudo concentrado no mesmo espaço e passa a se dividir em várias. Mas ela não precisa se preocupar com implantação, manutenção e logística, que são responsabilidade nossa. Alguns segmentos estão em desaceleração mas, no nosso caso, tem tudo para ser o melhor ano da empresa em vendas”, destaca Tiago Miranda, diretor comercial.

Sem eventos, faturamento passa a vir da demanda provocada pelo ‘novo normal’

Com filiais em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Piracicaba, Campinas e São Paulo, a Aloc viu reduzido drasticamente o fornecimento de infra-estrutura para eventos - monitores de TV, projetores, equipamentos de áudio e paineis de LED estão entre os produtos oferecidos. Por outro lado, o estoque de computadores, tablets e material de informática está 95% empregado. “Nosso faturamento principal sempre veio dos eventos corporativos, até pela quantidade. Agora, mais de 90% dele vem das empresas que nos procuram para suas demandas de home office. Com isso, mudamos o perfil dos nossos contratos, que eram bem mais curtos e, em média, têm sido de pelo menos de três meses. E estamos conseguindo passar pela crise sem sentir tanto”, explica o coordenador comercial Sandro Ceccomi.

Aumento da demana também na Agasus, empresa paulista que atua no mercado mineiro, que registra, no Estado, crescimento de 25% no primeiro semestre em relação ao 2019. O que veio também de uma mudança de perfil. “O mercado de eventos foi um dos mais atingidos pela pandemia. Por outro lado, indústria, serviços e educação puxaram a demanda. No atual cenário, optar pelo aluguel é uma forma rápida de atender as necessidades do negócio sem exigir um investimento de emergência, esbarrando na alta do câmbio e nos prazos mais longos”, destaca o CEO João Lima.

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