Nagasaki recorda com cerimônia os 69 anos da bomba atômica

AFP
09/08/2014 às 12:11.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:43
 (Jiji Press)

(Jiji Press)

TÓQUIO - Milhares de pessoas, entre elas vários sobreviventes, se reuniram na manhã deste sábado (9) em Nagasaki para recordar os 70 mil habitantes desta cidade que morreram no lançamento da bomba atômica há 69 anos, três dias depois da de Hiroshima.

Os sinos marcaram o início do minuto de silêncio às 11h02 local (23h02 de Brasília), hora em que a bomba transformou a cidade em uma bola de fogo, em 9 de agosto de 1945.

A cerimônia, realizada apesar dos fortes ventos provocados pela aproximação do tufão Halong, aconteceu perto do lugar em que um avião americano lançou a bomba de plutônio batizada como "Fat Man". Seis dias depois, o Japão capitulou ponde fim assim à Segunda Guerra Mundial.

Sobreviventes idosos e suas famílias, dirigentes governamentais como o primeiro-ministro Shinzo Abe ou a embaixadora americana no Japão, Caroline Kennedy, se reuniram em um jardim, onde o prefeito da cidade pediu ao Executivo que renuncie a seu projeto de abandonar a doutrina pacifista que o país mantém desde o final da guerra.

"O juramento da Constituição através do qual o Japão renuncia à guerra é o princípio fundador do Japão do pós-guerra e de Nagasaki", declarou Tomihisa Taue, para quem o recente debate sobre o direito de autodefesa coletiva "faz temer que este princípio esteja em perigo".

O governo decidiu no mês passado permitir ao exército japonês, que até agora tinha um papel essencialmente defensivo, que combata para defender seus aliados.

Além dos 70 mil mortos em Nagasaki, em Hiroshima foram 140 mil mortos pelas únicas bombas nucleares usadas em tempos de guerra.

Os Estados Unidos jamais pediram desculpas pelo uso dessas bombas e nenhum presidente em exercício do país visitou as duas cidades mártires japonesas.

Telegramas diplomáticos vazados deram a entender que Washington propôs em 2009 que o presidente Barack Obama visitasse Hiroshima, onde apresentaria desculpas oficiais, mas o Japão teria rejeitado esta visita.

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