Nilmário Miranda acredita em união da esquerda no 2º turno para vencer Kalil

Luisana Gontijo
lgontijo@hojeemdia.com.br
19/10/2020 às 19:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:50
 (Divulgação)

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Levar a decisão da próxima eleição municipal para o segundo turno e, então, conseguir unir a esquerda para enfrentar o atual prefeito Alexandre Kalil (PSD), que disputa a reeleição e desponta em primeiro lugar nas pesquisas. A expectativa é do candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Nilmário Miranda, décimo dos 15 postulantes ao cargo a participar de live no Instagram do Hoje em Dia, nesta segunda-feira (19).

Nilmário lembrou que, entre os 15 candidatos à PBH, há outros de esquerda e o PT conversou com eles, em busca de uma parceria, antes do começo oficial da campanha. A frente para confrontar o atual prefeito na disputa não vingou, segundo ele, porque, desde que há dois turnos na eleição, as alianças se dão no segundo turno. “Não foi uma divisão da esquerda”.

“Logo que fui indicado, em 4 de julho, nos reunimos com candidatos de esquerda. O PCdoB não quis pela cláusula de barreira (norma que impede ou restringe o funcionamento parlamentar ao partido que não alcançar determinado percentual de votos). E o PSOL só aceitaria se encabeçasse a chapa”, contou Nilmário Miranda. 

Na avaliação do petista, o prefeito Alexandre Kalil foi o único que apareceu durante toda a pandemia. “É natural que ele tenha essa prevalência. Mas a eleição está começando agora e acredito que teremos como unir a esquerda no segundo turno”. Além do PT, do PCdoB e do PSOL, também disputam a prefeitura as legendas de esquerda PCO e o PSTU. 

Transporte público
Nilmário Miranda, que é jornalista, ex-deputado estadual e federal e ex-secretário de Direitos Humanos do governo Lula e do governo Pimentel, em Minas, defendeu, na live do Hoje em Dia, a complementação do Move na capital mineira, para o eixo Oeste. E, segundo ele, apesar de o metrô depender de recursos federais, cabe ao prefeito articular isso. 

“Temos 53 deputados federais de Minas e três senadores. Precisamos mobilizá-los para concluir o trecho Calafate-Barreiro do metrô”, ponderou.

“Temos uma proposta que acho fundamental, a de instituir uma renda municipal para completar o Bolsa Família. Reduzir o auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 já é uma perversidade. Acabar com os R$ 300 no fim do ano será pior ainda. Estamos propondo criar uma renda municipal para completar o Bolsa Família”.
Ele criticou a falta de atenção com a população de rua em Belo Horizonte: “O direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias e ter um teto para viver é básico, que tem a ver com a dignidade da pessoa humana”.

Nilmário Miranda defendeu ainda que “o PT deixou um legado poderoso para a capital. É uma cidade que funciona bem, independentemente do prefeito, graças às quatro administrações do PT. Mesmo prefeitos que não comungam com nossa linha política conseguem administrar isso. Estipulamos 30% para a educação, deixamos um legado de mobilidade urbana sem precedentes”, argumentou.

“Urbanizamos as favelas de Belo Horizonte, fizemos lagoas de contenção, como a Barragem Santa Lúcia, os parques. É importante a gente lembrar isso, para cobrar a retomada. Fomos nós que fizemos as Umeis, começamos as creches, criamos a escola integral. Aqui foi a primeira cidade do Brasil a implantar a gestão plena do SUS, pelo ‘Doutor BH’, Célio de Castro, quando vice do Patrus”, frisou ainda.

Economia de guerra
Sobre o termo “economia de guerra” que viria usando em sua campanha rumo à PBH, Nilmário explicou que é um pacifista por natureza e que a expressão é uma metáfora. 

“Na crise de 30 e no pós-Segunda Guerra, houve programas para sair da recessão profunda. Por isso usei essa expressão ‘economia de guerra’. Temos que fazer algo semelhante nas nove regionais de BH. Cada regional tem que ser reconstituída. Hoje, para pagar um IPTU, você tem que sair dos extremos da cidade, no Barreiro e em Venda Nova, para ir ao BH Resolve, no Centro. O serviço necessário ao cidadão deve estar a 15 minutos de distância. É a tese do bem-viver”.

A proposta do jornal Hoje em Dia é entrevistar os 15 candidatos à Prefeitura de BH. Hoje, às 14h10, será a vez do candidato do Partido Novo, Rodrigo Paiva.

  

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