Nissan Kicks é um carro citadino que desenvolve bem no trânsito, mas falta motor

Hoje em Dia - Belo Horizonte
21/10/2016 às 19:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:20
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

Já faz dois anos que o Nissan Kicks fez sua primeira aparição no Brasil, quando ainda era carro-conceito, no Salão do Automóvel de São Paulo. De lá para cá, muita água passou por baixo da ponte da marca japonesa e depois de uma forte campanha de marketing o utilitário-esportivo (SUV) compacto chegou às ruas junto com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O Kicks chega no rastro do novo perfil de automóveis urbanos com características de fora-de-estrada, mas com capacitação para ir até o asfalto acabar. Mas não há nada de errado e nem demérito nisso. Afinal, o consumidor tem buscado esse tipo de automóvel, o que tem motivado a indústria a desenvolver seus jipinhos, assim como fizeram com peruas e minivans no passado.

Ao contrário dos demais modelos da marca, com formas pouco atraentes, o Kicks tem linhas agradáveis, que remetem ao irmão Juke e segue o atual padrão visual da Nissan. O estilo, inclusive, foi adotado na nova geração do March, apresentado no último Salão de Paris.

Menor do que parece ser nas fotografias e nos comerciais de TV, o carro tem dimensões semelhantes ao de um EcoSport ou Renegade e por dentro não difere muito dos concorrentes norte-americanos, com espaço limitado para quem viaja atrás. Por outro lado, os porta-malas de 432 litros dá um banho nos concorrentes norte-americanos. 

Versão ùnica
Vendido apenas na versão SL, o Kicks agrada ao volante, assim como quem se acomoda nos demais assentos do SUV. Afinal, o jipinho conta com bancos revestidos em couro, inclusive no painel, ar-condicionado digital (de apenas uma zona) e sistema multimídia que tentam reafirmar que os R$ 89.990 é um valor justo para um carro que está na crista da tendência de mercado. A versão testada, por sua vez, custa R$ 93.840, devido à pintura em dois tons (grafite com teto em laranja).

Não se pode dizer que falta conforto à bordo do jipinho mexicano. Pelo contrário, a qualidade da montagem impressiona, com baixo nível de ruído interno e também bom isolamento acústico, infinitamente superior ao do Versa e March.

Outro destaque do Kicks é o seu quadro de instrumentos, que mescla mostrador analógico com digital. A tela de TFT exibe todas as funções e medições do carro com boa leitura, e, se o motorista fizer questão de ler o conta-giros, é só apertar um botão no volante. 

Em funcionamento
Por ser um utilitário-esportivo, é esperado uma motorização vigorosa tal como as linhas arrojadas do jipinho indicam. No entanto, o motor 1.6 16v de 114 cv está longe de ser um exemplo em performance e o coloca como um dos mais fracos do segmento. 

Mesmo assim, o carro anda bem na cidade e a transmissão automática do tipo CVT torna a condução muito confortável, principalmente na letargia do trânsito das grandes cidades. 

Por outro lado, na estrada o Kicks demora a responder. Se no March o conjunto motor proporciona agilidade, no SUV os quase 200 quilos a mais acabam comprometendo os insuficientes 15,5 mkgf de torque do motor. 
 

RAIO-X: NISSAN KICKS SL 1.6

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade de Aguascalientes, no México.

Quanto custa?
R$ 89.990 

Com quem concorre?
O Kicks concorre no degrau inicial dos utilitários-esportivos (SUV). Dessa forma, o modelo concorre com Honda HR-V (R$ 79.990), Jeep Renegade (R$ 68.990), Ford EcoSport (R$ 68.690), Renault Duster (R$ 67.170) e Peugeot 2008 (R$ 71.890).

No dia a dia
O Kicks é um automóvel muito equilibrado para o uso urbano, é silencioso e tem rodar macio, o que proporciona muito conforto à bordo. A qualidade do acabamento agrada, mesmo que o excesso de plástico impere na cabine. Por outro lado, o pacote de conteúdos é farto e justifica o preço superior aos valores de entrada de seus rivais. Fácil de estacionar, seus 4,29 metros se equivalem a um sedã compacto e encontrar vagas não é tão difícil. Além disso, o modelo conta com um conjunto de câmeras (foto abaixo) que formam visão 360º e também se alternam durante as manobras de ré e também para frente. 

Motor e transmissão
A unidade 1.6 16v de 114 cv e 15,5 mkgf é uma velha conhecida do público brasileiro e equipa os irmãos March e Versa há cerca de cinco anos. O motor vem combinado com transmissão automática do tipo CVT, que garante um funcionamento suave no trânsito urbano. No entanto, a pouca oferta de torque é sentida na estrada, principalmente em situações de ultrapassagens, quando o motor demora a reagir. 

Como bebe?
Seu consumo com álcool gira em torno de 6,4 km/l na cidade e 9,3 km/l no trajeto rodoviário.

Suspensão e freios
Um dos pontos fortes do Kicks é seu acerto de suspensão. O jipinho tem um conjunto que consegue absorver muito bem as irregularidades do asfalto e não soca nos quebra-molas. Ao mesmo tempo o acerto oferece firmeza nas curvas. O conjunto de freios utiliza discos ventilados à frente e tambor atrás, mas poderia vir com disco nas quatro rodas para facilitar a frenagem de seus quase 1.200 quilos. [INTER_CARRO]

Pontos positivos
- Design
- isolamento acústico
- Conjunto de câmeras 

Pontos negativos
- Consumo
- Desempenho
- Espaço interno

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por