'O Estado está falido, mas os prefeitos não pagarão a conta', diz Zema

Anderson Rocha
04/04/2019 às 10:35.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:05
 (Gil Leonardi/IMPRENSA MG)

(Gil Leonardi/IMPRENSA MG)

Apesar de ter assumido um Estado com finanças falidas, o governador de Minas, Romeu Zema, afirma que a conta não será paga pelos municípios, no que depender da sua gestão.

“As dívidas atrasadas somam um montante superior a R$ 34 bilhões. Peço desculpas pelas dificuldades passadas nos últimos anos. Daqui em diante, no que depender do meu governo, nós iremos cumprir os repasses constitucionais”, declarou Zema durante oficialização de acordo com a Associação Mineira de Municípios (AMM), na manhã desta quinta-feira (4).

Zema também confirmou a revogação do decreto estadual que permitia a retenção de recursos constitucionais. “Vamos revogar o maldito decreto, que é o terror dos prefeitos. Vamos fazer o possível e impossível. Nosso Estado está falido, mas não são os prefeitos que pagarão essa conta”, afirmou o governador.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, aproveitou para pedir ao chefe do Executivo Estadual que tenha um olhar especial com a saúde mineira. Segundo Kalil, 60% das 14 mil consultas e 7 mil cirurgias feitas no Hospital do Barreiro no ano passado foram de pessoas vindas do interior. 

“Independentemente do acordo, é importante que o Governo de Minas mantenha o diálogo com os municípios. A saúde é vida. É a caneta que pode matar. Peço, governador, que o assunto saúde seja o próximo assunto prioritário”, disse o prefeito da capital.

Não era o ideal, afirma AMM

O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, celebrou o acordo e afirmou que todos esperam a "cura para a ferida financeira" iniciada nos municípios "quando o Estado decidiu se apropriar dos recursos municipais". No entanto, para ele, o ideal era receber o pagamento imediatamente. 

"Sabemos que não é a solução imediata dos problemas dos municípios. Num acordo, as duas partes têm que ceder. Nós tivemos que ceder muito. Nós precisaríamos receber esse dinheiro imediatamente para solucionar o que precisamos. Vamos receber em parcelas sucessivas. Mas é o primeiro passo de uma caminhada de reconstrução do Estado em que os municípios estão dando a mão ao Estado para fazermos isso", declarou.

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