O preocupante estado da biodiversidade no mundo

AFP
17/10/2012 às 22:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:19
 (Noah Seelam/AFP)

(Noah Seelam/AFP)

HYDERABAD (Índia) - Mais de 400 espécies foram adicionadas esta quarta-feira (17) à lista de animais e plantas ameaçados de extinção. Estes são os números do estado da biodiversidade no mundo, enquanto se realiza a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) da ONU, em Hyderabad, Índia, que conta com a presença de mais de 70 ministros.

Das 65.518 espécies que integram a Lista Vermelha (de espécies ameaçadas) compilada pela União para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), 20.219 estão em risco de extinção. Destas, 4.088 estão em risco crítico de extinção, 5.919 em risco e 10.212 são consideradas vulneráveis. Sessenta e três espécies só sobrevivem em cativeiro e 795 desapareceram completamente.

Os grupos ameaçados incluem 41% de todas as espécies de anfíbios, 33% de recifes de coral, 25% de mamíferos, 20% de plantas e 13% de aves.

No ano passado, cientistas escreveram na revista científica Nature que o homem poderia ter desencadeado a sexta extinção em massa conhecida da história da Terra. A última foi a que acabou com os dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos.

Por volta de 1,75 milhão de espécies de plantas, insetos e microorganismos foram identificados até o momento pelos cientistas, embora eles afirmem que existam entre 3 e 100 milhões de espécies na Terra. A metade das áreas de pântano da Terra foi destruída nos últimos 100 anos, segundo pesquisa em curso intitulada TEEB, sigla em inglês para Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade.

Entre os mais afetados estão os manguezais, que recuaram 20% (3,6 milhões de hectares) desde 1980. A expansão humana levou à destruição de seis milhões de hectares de florestas primárias ao ano desde 2006, segundo a IUCN.

O percentual de reservas de peixes oceânicos que foi superexplorada, esgotada ou que está se recuperando da exploração aumentou de 10% em 1974 para 32% em 2008.

O líder do TEEB, o economista indiano Pavan Sukhdev, calculou que a perda da biodiversidade de traduz em um custo de US$ 1,75 trilhão a US$ 4 trilhões ao ano.

Os países prometeram realizar, sob as Metas de Desenvolvimento do Milênio, a "redução significativa" do percentual de perdas de animais e vegetais até 2010, um objetivo que foi amplamente descumprido, segundo a ONU.

A última conferência da CDB, em Nagoia (Japão), em 2010, adotou um plano de 20 pontos para reverter a perda da biodiversidade até 2020. As metas do plano incluem reduzir à metade a taxa da perda de hábitats, expandir as áreas aquáticas e terrestres consideradas em conservação, prevenir a extinção de espécies que estejam atualmente na lista de ameaçadas, bem como restaurar pelo menos 15% dos ecossistemas degradados.

Dois invertebrados, uma barata das Seychelles e uma espécie de caramujo de água doce, integraram a categoria das espécies consideradas extintas.

Os especialistas da UICN também insistiram perante a imprensa sobre a "aterradora" situação das palmeiras de Madagascar, um dos locais mais ricos do mundo em termos de biodiversidade.

A ilha conta com 192 espécies de palmeiras únicas no mundo, das quais mais de 80% estão em risco de extinção. Algumas comunidades, entre elas as mais pobres, dependem destas palmeiras para obter alimentos e materiais de construção. Este desaparecimento deve-se, principalmente, à limpeza das terras para a agricultura e para a exploração das florestas.

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