O que dizem e como se comportam os eleitores dos presidenciáveis nas redes

Rafaela Matias
rsantos@hojeemdia.com.br
07/09/2018 às 21:02.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:20
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

As redes sociais são a principal aposta dos candidatos nestas eleições e, a pouco menos de um mês para a votação em primeiro turno, já é possível contabilizar os resultados desse investimento. Juntos, os cinco presidenciáveis mais bem avaliados na última pesquisa Datafolha somam quase 12 milhões de seguidores no Facebook, principal plataforma online utilizada para a campanha eleitoral. 

Em número de likes, quem manda melhor é Jair Bolsonaro, do PSL, com 5,4 milhões, como mostra levantamento feito pelo site “Eleições Sem Fake”, lançado em abril deste ano pela UFMG para mapear as ações dos políticos na web.

O militar é seguido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 3,5 milhões de fãs na rede social. Embora tenha tido a candidatura rejeitada pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Lula ainda é o cabeça de chapa oficial do partido e o perfil dele é usado como principal instrumento do PT na web. 

Nas páginas dos candidatos são encontrados comentários de apoio, tentativas de angariar votos e ataques a outros presidenciáveis. 

Além dos maiores números de seguidores, Lula e Bolsonaro agregam os usuários mais assíduos das redes. 

Os apoiadores do militar – 27,5% jovens de 18 a 24 anos, conforme a plataforma da UFMG – são enfáticos nas redes digitais e tendem a adotar um tom de ironia para defender os interesses. 

“São os mais agressivos da disputa”, afirma o cientista político Rudá Ricci, destacando ainda a dedicação dos votantes de Bolsonaro no sentido de desqualificar os outros candidatos e seus eleitores. “É comum encontrar xingamentos entre os comentários dos posts”, afirma. 

Já aqueles que seguem a candidatura petista, representada por Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, são, em sua maioria, pessoas de baixa renda. Existem muitos militantes também. 

“Em geral, esses seguidores também atacam a extrema direita, principalmente a figura de Jair Bolsonaro. A idade parece não contar muito, embora a maior parte seja jovem”, afirma Ricci. 

Além de Lula e Bolsonaro, Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) possuem seguidores participativos na internet. 
Com 933 mil curtidas no Facebook, o tucano Geraldo Alckmin é quem tem o maior público com idades entre 55 e 64 anos, que representam 18,1% de seu eleitorado, segundo o site “Eleições Sem Fake”. 

Na internet, Alckmin tem seguidores elitizados, que apostam no liberalismo e na geração de empregos para solucionar a crise econômica que assola o país.
“São os seguidores mais indefinidos até o momento, ainda não se mostraram nitidamente. Mas já é possível perceber uma forte tendência a irem contra o Bolsonaro”, afirma Rudá Ricci. 

Entre os 2,3 milhões de seguidores de Marina Silva, 51,1% são mulheres e 29,6% moram no Nordeste. Ela disputa a preferência dos nordestinos com Ciro Gomes, que tem 29,1% dos seus 298 mil seguidores localizados na região. 

Marina perdeu boa parte de seus eleitores evangélicos para os candidatos Jair Bolsonaro e Cabo Daciolo. Agora, o discurso progressista da candidata parece agregar um público mais intelectualizado, que enfatiza a busca pelos direitos das mulheres e a igualdade racial. “A maior parte é jovem e defende muitas causas, inclusive as ambientais”, explica o cientista político Rudá Ricci.

Os 352 mil seguidores de Ciro Gomes também se mostram intelectualizados e conscientes das ações do candidato, mas ostentam um perfil mais agressivo que os de Marina. “Parecem ter escolhido o PT como oposição”, observa Rudá Ricci.


 

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