"Ocupe Wall Street" celebra aniversário com protesto

AFP
17/09/2012 às 22:08.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:22
 (John Moore/Getty Images/AFP)

(John Moore/Getty Images/AFP)

NOVA YORK - O movimento de protesto "Ocupe Wall Street" (OWS, sigla em inglês) celebrou nesta segunda-feira o primeiro ano de vida com uma mobilização que tumultuou os acessos à Bolsa de Nova York e terminou com cerca de 150 pessoas detidas.   Vigiados por um grande número de policiais, ativistas do movimento que denuncia as crescentes desigualdades e o poder do dinheiro na política americana protestaram nas proximidades de Wall Street, sul de Manhattan.   O número de manifestantes foi aumentando com o passar das horas, chegando a mais de 1.000 à tarde. Eles tentaram se aproximar da Bolsa em várias oportunidades, mas foram bloqueados pelos policiais.   Cerca de 150 pessoas foram detidas em diferentes pontos do distrito financeiro, segundo dados da organização de defesa dos direitos civis National Lawyers Guild e a Polícia.   "Estou aqui por causa da cobiça de Wall Street. Todos os caminhos levam a Wall Street, controlam nossas vidas", disse o bispo da igreja episcopal George Packard, que liderava um dos grupos que se mobilizou e foi preso na esquina da avenida Broadway com Wall Street.   Cindy González, de 25 anos, vinda de Staten Island (sul de Nova York), afirmou: "Não estamos aqui para sermos detidos. Queremos mostrar ao país quem está destruindo nossa economia".   Os ativistas foram detidos em uma ação classificada pelo OWS de "desobediência civil não violenta" em vários pontos do distrito financeiro de Nova York.   Os manifestantes exibiam cartazes com faixas com frases como "Banqueiros, a culpa é de vocês", "Vamos tirar o dinheiro da política", "Banqueiros na prisão", além do tradicional "Somos 99%".   Nascido em 17 de setembro de 2011 em Nova York, o OWS tomou de surpresa o mundo com um protesto sem líderes contra a corrupção de Wall Street.    Em protesto contra a corrupção, as instituições financeiras, o resgate dos grandes bancos e o domínio do "1%" mais rico, centenas de pessoas acamparam durante semanas no parque Zuccotti, perto de Wall Street, em Nova York, inspirando outras cidades americanas e europeias a fazer o mesmo.   O movimento teve seu ápice nos dois primeiros meses, mas depois os acampamentos instalados no centro de grandes cidades foram desalojados, em alguns casos com ações violentas, como aconteceu no parque Zuccotti, perto de Wall Street, ao sul de Manhattan, em meados de novembro.   Desde então, sem visibilidade e dividido sobre os passos a seguir, o OWS, que alega representar 99% da população, perdeu força, apesar de suas lideranças terem negado.   "O 'Ocupe Wall Street' está em muitos lugares. Semana após semana organizamos trabalhos, algo tão importante como quando saímos às ruas", disse Bill Dobbs, um dos organizadores do movimento.   As atividades do OWS no primeiro aniversário começaram no fim de semana e incluíram uma passeata no sábado, na qual várias pessoas foram detidas, um concerto e outros eventos no domingo.   Após o protesto desta segunda-feira, os manifestantes organizaram uma reunião no parque Zuccotti para uma assembleia com as presenças trabalhadores e líderes sindicais, representantes religiosos, economistas e estudantes e professores.   À tarde, com um grupo maior, os manifestantes tentaram chegar a Wall Street, mas foram novamente cercados pela polícia que os obrigou a retroceder em várias oportunidades e deteve várias pessoas, constatou a AFP.   "Estamos enviando a mensagem de que os banqueiros de Wall Street não conseguem ir trabalhar de manhã sem pensar no que suas instituições estão fazendo ao país", ressaltou Mark Bray, outro porta-voz do OWS.   Manifestantes de diferentes partes do país como Houston, Chicago, Portland, Seattle e Califórnia chegaram a Nova York para este primeiro aniversário do OWS, assim como ativistas de Espanha e Holanda, alguns dos países para onde o movimento se estendeu.   O protesto, formado em sua maioria por jovens, apresentava mensagens criativas pedindo o fim de Wall Street e da corrupção, com uma "rocha da dívida" sendo carregada pelos manifestantes, muitos deles usando fantasias coloridas e batendo tambores.

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