OEA aprova resolução de apoio ao Equador no caso Assange

AFP
24/08/2012 às 21:14.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:44

  WASHINGTON - Os chanceleres e representantes da OEA aprovaram nesta sexta-feira (24) uma resolução de "solidariedade e apoio" ao Equador em seu conflito diplomático com a Grã-Bretanha pelo asilo concedido a Julian Assange, refugiado na embaixada de Quito em Londres, mas pediram diálogo entre ambos os países.   A resolução pede que se "rejeite qualquer tentativa que ponha em risco a inviolabilidade das missões diplomáticas" e, "neste contexto, manifesta sua solidariedade e apoio" ao Equador, segundo o texto, aprovado por consenso pela organização, apesar das reservas manifestadas por Estados Unidos e Canadá.   O Equador havia proposto uma resolução que logo foi suavizada diante das objeções de alguns países, durante cinco horas de intensas negociações e debates na reunião de consulta de chanceleres da Organização de Estados Americanos (OEA) em Washington.   A resolução pede também que Equador e Reino Unido "mantenham um diálogo que permita resolver suas atuais divergências". "Reafirmamos nossa capacidade de diálogo e podemos nos sentir muito felizes", disse o chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, que presidiu a reunião, ao dar por finalizada a sessão.   "Esta decisão da OEA nos deixa plenamente satisfeitos", pois mostra que "temos o pleno apoio dos países latino-americanos e caribenhos", comemorou depois o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, em uma entrevista coletiva à imprensa.   Estados Unidos e Canadá, que se opunham a uma abordagem do caso pela OEA por considerarem que este é um assunto bilateral, não aderiram ao parágrafo que manifesta solidariedade ao Equador.   "Reconhecendo a importância do consenso, os Estados Unidos permitirão que esta resolução seja aprovada, embora incluam uma nota de pé de página" para deixar registradas as suas reservas, disse o subsecretário de Estado americano para a América Latina em funções, John Feeley.   O governo de Rafael Correa buscava o apoio da OEA, que já havia obtido de outros blocos regionais como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), diante do que denunciou como "ameaças" britânicas de entrar em sua embaixada para prender Assange, a quem Quito concedeu asilo diplomático.   O observador permanente britânico na OEA, Philip Barton, convidou diretamente o Equador a "retomar da maneira mais rápida o diálogo construtivo mantido neste caso até o momento".   Mas Patiño respondeu que para dialogar é necessário que Londres "retire a sua ameaça" de entrar na embaixada equatoriana para prender Assange, enquanto cobrou um "pedido de desculpas público" do governo britânico.   Barton reiterou que Londres não vai entrar na sede diplomática, mas ressaltou que não concederá a Assange um salvo-conduto para que viaje a Quito e insiste em sua extradição à Suécia para que responda por acusações de agressão sexual, algo que ele nega.

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