Oferta de falsas promoções invade o WhatsApp

Fábio Corrêa
fcaraujo@hojeemdia.com.br
17/11/2017 às 22:50.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:45
 (Editoria de Arte)

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Nas últimas semanas, uma nova série de golpes vem sendo aplicada pelo WhatsApp, com falsas promessas de possíveis empresas consolidadas no mercado oferecendo desde passagens aéreas gratuitas, cosméticos e até presentes aos clientes. No entanto, o que o consumidor desconhece é que, ao acessar essas mensagens, pode estar abrindo todo o sistema do aparelho, permitindo o acesso de hackers a senhas, dados e fotos do celular, inclusive de bancos, cartão de crédito e das redes sociais.

Os golpes incluem os nomes das empresas Gol e Latam, que estariam oferecendo passagens gratuitas, e de O Boticário, que estaria presenteando os clientes.
A jornalista Raquel Rocha foi uma das que caiu no golpe da passagem aérea. No começo da semana, ela recebeu, por WhatsApp, uma “promoção” que dava passagens da Gol para todo o país. “Tinha as cores da Gol, tudo padronizado. Só depois vi que o site era diferente do original”, conta ela, que chegou a compartilhar a falsa mensagem com mais 30 contatos, de olho na promessa de receber as viagens gratuitas.

Dependendo do link, o usuário pode “aterrissar” em formulários para cadastro de informações do cartão de crédito, incluindo a senha. Um prato cheio para estelionatários.

Como é muito difícil se defender contra esse tipo de crime, já que os autores podem residir até no exterior, o Procon aconselha os usuários de redes sociais e aplicativos de mensagens a não clicar em links que tenham sido encaminhados por mensagens particulares.

“Não abra, não acredite. Isso, com certeza, é golpe, principalmente quando o usuário não digitou o nome do site oficial”, afirma o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa. Outra dica, segundo ele, é deletar instantaneamente essas mensagens.

Estelionato
Os consumidores devem também evitar revelar dados pessoais ou financeiros. Segundo Alexandre Atheniense, advogado especialista na área de direito digital, a internet cria um ambiente favorável às más intenções por favorecer o anonimato. “A primeira boa prática é desconfiar sempre. O golpista tenta estabelecer uma relação com a vítima para que ela possa acreditar naquilo que está lendo. Por isso, é preciso checar qualquer validade sobra autoria e sobre a empresa que está fazendo a oferta”, avisa Atheniense, que indica a correção gramatical e coerência dos textos como um indício, pois estelionatários de outros países utilizam traduções on-line que, no fim, geram um “texto frankenstein”.

Caso a vítima da fraude queira denunciar o crime, pode fazer um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos (DEICC), que, em Belo Horizonte, fica no bairro Floresta.

Atheniense, no entanto, avisa sobre os obstáculos na identificação dos autores. “Num aspecto jurídico, esse tipo de fraude é enquadrado como estelionato e obtenção de vantagem ilícita. Porém, a dificuldade inicial de fazer um enfrentamento depois que a pessoa se tornou vítima existe porque é muito difícil fazer uma identificação de autoria”, garante o advogado.

Avisos
Gol, Latam e O Boticário negaram, em notas à imprensa, relações com as falsas promoções enviadas. A Latam informou que só divulga ações “nos canais oficiais da companhia” e que “é falsa” a campanha que circula nas redes que promete passagens gratuitas.

A Gol, por sua vez, orienta os clientes a “não clicarem em mensagens de origem duvidosa, fora do padrão, com erros de ortografia, ofertas de prêmios em milhas e, principalmente, pedindo a confirmação de dados cadastrais, e alerta que, em caso de dúvida, o cliente deve se dirigir à central de atendimento”.
Já o Boticário diz que está “tomando as providências cabíveis” e que “é falso o link para o kit de Natal”.

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