Opções veganas se multiplicam em BH e faturamento cresce até 10% ao mês

Rafaela Matias
25/01/2019 às 19:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:13
 (Veggie Roots/Divulgação)

(Veggie Roots/Divulgação)

Com o objetivo de preservar a saúde e cuidar melhor do planeta, o movimento vegano também atrai cada dia mais empreendedores de olho nos lucros gerados pelo promissor mercado sem carne. Em Belo Horizonte, se multiplicou, nos últimos dois anos, o número de estabelecimentos especializados nesse cardápio. A capital mineira conta hoje com dezenas de restaurantes, empórios, lanchonetes e até um açougue sem nenhum produto de origem animal.

Pesquisa realizada em 2018 pelo Ibope Inteligência, a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), mostrou que o número de pessoas adeptas a esse estilo de vida praticamente dobrou nos últimos seis anos, chegando à marca de 29 milhões de pessoas no Brasil, ou 14% da população. Surfando na onda, estabelecimentos da capital mineira correram para atender o novo público. 

“Temos visto essa tendência de mercado, que está muito atrelada à história do fitness, da alimentação saudável. É crescente o número de pessoas que se tornam veganas ou reduzem o consumo de carne. E o comércio precisa se adequar à demanda”, diz o presidente da Abrasel-MG, Ricardo Rodrigues. 

Açougue
Um dos pioneiros, a mercearia Venne Vegan, no bairro Floresta, é considerada o primeiro açougue sem carne de Belo Horizonte. Nas prateleiras, os clientes encontram hambúrgueres, salames, linguiça, queijos. Tudo à base de ingredientes vegetais, como soja, batata, grão de bico, feijão e lentilha. 

Com preços que giram em torno de R$ 50 o quilo, os responsáveis viram o faturamento quadruplicar desde a inauguração, em janeiro de 2017. “No meio de uma crise terrível, com tantos estabelecimentos fechando, nós crescemos de 5% a 10% ao mês”, conta a proprietária, Valéria Zamaro Bonetti. 

Por causa da demanda, ela montou uma fábrica própria, no bairro Santa Efigênia, com uma cozinha industrial de 70 metros quadrados, de onde sai uma tonelada de carnes vegetais e produtos veganos por mês. Hoje, o “açougue” também virou distribuidora e abastece 19 lojas do supermercado Super Nosso, 13 do Verdemar, 18 empórios e 12 lanchonetes. “Quando começamos, havia apenas um empório vegano na cidade”, lembra Valéria.

Luzia de Oliveira, gestora da linha bem-estar dos supermercados Verdemar, conta que o aumento da procura foi o que incentivou as grandes redes a aderirem ao novo cardápio. “Primeiro foram os light e diet, depois os orgânicos, agora os veganos. Quando percebemos muitas pessoas em busca de um tipo de produto, buscamos acompanhar o mercado”, conta ela, que é responsável pela compra de snacks, patês, leites vegetais e outros itens sem origem animal. 

Marmitas
O funcionário público Rodrigo Figueiredo aproveitou a paixão pelo universo vegano para gerar uma renda extra. Adepto do estilo há quatro anos, ele começou a produzir os próprios hambúrgueres vegetais em 2018. “Desenvolvi cinco sabores e decidi lançar uma marca própria, a Veggie Roots. A procura foi tão grande que já estou me preparando para lançar uma linha de marmitas veganas congeladas”, diz. 

Empório
A empresária Carolina Carvalho Ferreira, proprietária do empório Vegan Club, no São Pedro, também se surpreendeu com a aceitação do público. Desde a inauguração, em junho de 2018, o faturamento cresceu 30%. São 15 vendas por dia, em média. 
“Esse ainda é um mercado carente e os veganos são muito fiéis. Voltam sempre e indicam aos amigos”, conta ela, que pretende abrir um restaurante vegano até o meio do ano. Além das comidas, o Vegan Club também vende desodorantes, sabonetes e produtos de higiene que não passaram por testes em animais.
 

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