Operação da PF investiga finanças do PCC em Minas e outros seis estados

Da Redação (*)
06/08/2019 às 08:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:52
 (Arquivo/Agência Brasil)

(Arquivo/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (6), a Operação "Cravada" para desarticular o núcleo financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), que, segundo a corporação, era responsável pelo recolhimento, gerenciamento e emprego de valores para financiamento de crimes em diferentes estados do país.

Cerca de 180 policiais federais cumprem 85 mandados - 55 de busca e apreensão e 30 de prisão em Minas Gerais e em outros seis estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima e Pernambuco. As ordens foram expedidas pela Vara Criminal de Piraquara, no Paraná. Das 30 ordens de prisão, oito são cumpridas em presídios - três em São Paulo, umA no Mato Grosso do Sul e quatro no Paraná. Até o momento, 18 prisões já foram realizadas.

No Paraná, as ordens são cumpridas nos municípios de Curitiba, São José dos Pinhais, Paranaguá, Centenário do Sul, Arapongas, Londrina, Umuarama, Pérola, Tapejara, Cascavel e Guarapuava. Já em São Paulo, os policiais cumprem mandatos em Praia Grande, Itapeva, Osasco e Itaquaquecetuba, Hortolândia, na capital paulista, e no presídio de Valparaíso.

A ação tem apoio do Ministério Público do Estado do Paraná, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de São Paulo, do Departamento Penitenciário Federal, da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo e Polícia Militar de SP.

Segundo a PF, a investigação teve início em fevereiro deste ano, com base em informações sobre a existência de um núcleo financeiro da facção criminosa na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná.

A apuração constatou que o núcleo financeiro da facção é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a organização em âmbito nacional. Para dificultar o rastreamento do dinheiro, os pagamentos, chamados de "rifas", eram repassados à organização por meio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada, apontou a Polícia Federal. De acordo com a PF, a investigação indica que cerca de R$ 1 milhão circulava nas contas ligadas à facção por mês.

A investigação identificou e bloqueou mais de 400 contas bancárias suspeitas em todo o país. Os valores que transitavam entre tais contas eram utilizados "para pagar a aquisição de armas de fogo e de entorpecentes para a facção, além de providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros da organização em locais próximos a presídios", indicou a PF.

A Polícia Federal informou que os investigados podem responder pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa, dentre outros.

Cravada

Segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz referência a uma jogada de xadrez na qual "uma peça, quando ameaçada de captura pela peça adversária, fica impossibilitada de se mover, em razão de haver uma peça de maior valor em risco".

"De igual forma, a operação deflagrada hoje visa sufocar as reações das lideranças de facções criminosas, atingindo os núcleos importantes de comunicação e de gerenciamento financeiro", indicou a PF.

(*) Com Estadão Conteúdo

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