Operação da Polícia Federal prende 25 acusados de abuso de menores

Julio Cesar Lima *
19/11/2013 às 19:27.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:15
 (Estadão Conteúdo)

(Estadão Conteúdo)

A Operação Glasnost, da Polícia Federal (PF), iniciada na manhã desta terça-feira (19), para combater o crime de abuso e exploração de crianças e adolescentes, prendeu 25 acusados - 24 em flagrante - em 11 estados. No Paraná, foram detidos sete suspeitos - flagrados com material pornográfico infantil (quatro em Curitiba, um em Apucarana, um em Londrina e outro em Campo Mourão).

Entre os materiais apreendidos, a PF do Paraná localizou imagens de crianças com poucos meses de vida sendo abusadas e de um pai que compartilhou fotos de abuso da filha para usar como material de troca. As investigações iniciaram há dois anos e recaíram sobre internautas de uma página da Rússia que promove a pornografia infantil, o que originou o nome da operação.

Para esta ação, que também foi estendida a cidadãos brasileiros residentes dos Estados Unidos, foram expedidos 86 mandados de busca e apreensão e 30 condução coercitiva. Além dos 7 do Paraná, foram presos 2 suspeitos no Rio Grande do Sul, 1 no Rio de Janeiro, 1 em Minas Gerais e 8 em São Paulo. Entre os presos, está um soldado da Aeronáutica.

Em Montes Claros, no Norte de Minas, um homem foi detido e liberado após prestar depoimento. Já em Manhuaçu (Zona da Mata), Varginha (Sul) e Belo Horizonte houve cumprimento de mandados de busca e apreensão, em locais não revelados.

Na sede da PF na capital paranaense, o delegado Fluvio Setti afirmou que as investigações se iniciaram há dois anos, desde que dois pedófilos foram detidos no Estado. "É uma investigação de dois anos que começou com a prisão de pedófilos que mantinham contato com esse site russo de troca de pornografia infantil pelo mundo; em seguida, foram presas outras duas pessoas que fizeram menção a esse mesmo site russo; então, esse site acabou sendo o ponto de encontro, ponto de convergência citado pelos pedófilos daquela ocasião e isso continuou se refletindo e a cada pedófilo que a gente prendia iam fazendo menção a esse site russo", disse.

A partir daí, a polícia começou a direcionar mais as investigações. "Com base nisso, passou-se a investigar, exclusivamente, os brasileiros que acessavam o site; a pessoa ia lá, criava o perfil e através desse perfil ela postava alguns álbuns de foto e algumas fotos são públicas, em que a pessoa pode ver; e algumas dessas fotos são privadas", relatou.

Setti afirmou que tanto a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) como o FBI investigavam o portal. "A nossa investigação se deu com base nessas fotos públicas, a princípio, e, no decorrer das investigações, foi identificado que havia outras polícias de outros países também investigando esse site, então contamos também com o apoio da Interpol nas investigações; com base nas informações, chegamos a 60 brasileiros usuários, que depois passaram de 200 e chegaram perto de 300 usuários, e investigamos até que chegamos às provas do crime, fotos postadas pelo site e também pelos usuários, pois eles se conheciam e trocavam imagens entre eles, e com base nisso foi deflagrada essa ação em diversas cidades no Brasil", disse.

O delegado citou o caso de um investigado que postava fotografias dele próprio abusando da filha de 5 anos, além de casos envolvendo bebês. "Além de trocar, eles também acabam produzindo imagens para serem usadas como troca para obter outras imagens e no decorrer descobrimos coisas graves de pai que abusava a filha de 5 e mandava para outros pais que também abusavam das filhas, são imagens revoltantes", relatou.

"Foram verificados esses casos de abuso no decorrer das investigações, existem imagens de bebês com poucos meses de idade sendo abusados sexualmente. Nessas situações, foram tomadas as ações imediatas para evitar que mais crianças fossem abusadas, tivemos entre dois ou três casos nessas situações", disse. Setti não divulgou o endereço virtual por uma questão de segurança e disse que o trabalho deve continuar. "Não vamos divulgar o nome ou endereço do site até porque ainda continuamos mais investigações", concluiu. (*Com Gabi Santos)
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