Oposição diz que extremistas sunitas sequestraram peregrinos iranianos na Síria

AFP
05/08/2012 às 09:51.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:10

BEIRUTE - Os captores de 48 iranianos sequestrados no sábado (4), na Síria, são membros de um grupo extremista sunita, afirmou neste domingo (5) um dirigente da oposição síria, pouco depois que o Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes) reivindicou o sequestro em um vídeo.

"Jundala é um grupo islamita extremista que tem um discurso religioso baseado no ódio aos xiitas e aos alauitas", afirma o dirigente, que não quis ser identificado.

Os extremistas sunitas consideram os xiitas e alauitas - facção do xiismo ao qual pertence o presidente Bashar al Assad - como hereges. A maioria da população síria é sunita.

A rede de televisão com capital saudita Al Arabiya divulgou neste domingo imagens que mostram os reféns iranianos em mãos de rebeldes sírios, que afirmam deter alguns membros dos Guardiões da Revolução.

"Quarenta e oito iranianos, em missão na Síria, foram detidos em Damasco e os interrogatórios revelaram a presença entre eles de Guardiões da Revolução", uma organização militar do regime iraniano, afirmou um representante dos rebeldes no vídeo divulgado pelo canal com sede em Dubai.

Nas imagens, o representante do ESL, um grupo armado rebelde, mostra o que diz ser um documento de identificação militar e uma permissão para portar armas de um dos iranianos, apresentado como um Guardião da Revolução.

"Grupos terroristas armados sequestraram 48 peregrinos iranianos que iam (de ônibus) para o aeroporto", disse no sábado o cônsul iraniano em Damasco, Majib Kamju, em declarações à televisão pública iraniana Irib.

A agência de notícias síria Sana confirmou a informação e indicou que "um grupo terrorista armado se apoderou no sábado de um ônibus que transportava visitantes na região de Damasco".

O Irã afirma que são peregrinos sequestrados quando se dirigiram de ônibus para o aeroporto e exige sua libertação.

A fonte da oposição questiona o fato de os reféns serem Guardiões da Revolução.

Apesar dos riscos, milhares de iranianos viajam todos os anos à Síria, para a peregrinação ao túmulo de Zaynab, a filha do imã Ali, um santuário xiita situado perto de Damasco.

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