Os 25 anos que abalaram o mundo: Muro de Berlim, comunismo, Guerra Fria e guerra ao terror

Ruy Pales - Do Hoje em Dia
21/02/2013 às 18:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:14
 (DZT)

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Nos últimos 25 anos ocorreram mudanças radicais na conjuntura internacional que mudaram o curso da História humana. O evento mais marcante foi a queda do Muro de Berlim, símbolo máximo da “Guerra Fria”.

Mas também houve a Guerra do Golfo, o fim da União Soviética (URSS), a ascensão do negro Mandela ao poder na racista África do Sul. Outro negro, Obama, assumiu o poder nos EUA, e os ataques terroristas do 11 de setembro levaram à guerra ao terror.

O Muro de Berlim surgiu em 1961 para conter a fuga de cidadãos da Alemanha comunista. Em 1985, Mikhail Gorbachev chegou ao poder na URSS e deu início à mudança. Gorbachev, para muitos um agente da CIA infiltrado no comando comunista, queria oxigenar a estrutura da burocrática União Soviética. Lançou a glasnost (transparência) e a perestroika (reestruturação). Era o início do fim do comunismo.

Fuga

Em 1989, inspirados em Moscou, os alemães orientais começaram uma fuga pelos países do Leste europeu, também comunistas mas já adotando reformas. Essa fuga indireta e as manifestações pró-democracia acabaram forçando a abertura do Muro de Berlim. Foi o suficiente. Em menos de um mês, em novembro de 1989, ele estava derrubado. Funcionou como sinal verde nos países do bloco comunista: Regimes caíram em sequência, reinstaurando a democracia.

Logo depois, em 1991, a própria URSS se dissolvia. Agrupamento de 15 repúblicas, ela voltou a ser apenas Rússia. Assim acabava a “Guerra Fria”, que opôs desde 1945 o capitalismo, liderado pelos Estados Unidos, e o comunismo, pela União Soviética.

China

Em 1989, a superpopulosa China comunista já estava em processo de abertura da economia. Em junho, tropas do Exército invadiram a Praça da Paz Celestial, em Pequim, e dizimaram um nascente movimento por reformas democráticas liderado por estudantes e trabalhadores. Pelo menos 2 mil pessoas morreram.

Já em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait e se apossou de campos de petróleo. Os EUA, grandes compradores do produto, organizaram uma coalizão militar com 30 países e lançaram uma onda de bombardeios aéreos. O Iraque se rendeu após 42 dias de ataques. Saldo de mortos chegou a 107 mil.

Barack Hussein Obama faz história nos EUA

Em um país onde até os anos 60 os negros eram obrigados a ficar separados dos brancos, ocupando os piores lugares em restaurantes, ônibus e trens, foi um acontecimento impressionante a eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, em 2008.

Filho de uma americana branca e um queniano, após uma relação fortuita, foi a grande esperança de mudanças no país. Mas teve que enfrentar um Congresso muitas vezes hostil, que dificultou reformas no sistema de saúde para os mais pobres, a legalização dos imigrantes clandestinos, medidas para conter a crise econômica.

No plano internacional, manteve as prisões sem acusação formal em Guantánamo, não avançou no conflito Israel-palestinos. Entretanto, conseguiu retirar as tropas do Iraque e anunciou a evacuação no Afeganistão.

Em 2009, Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz, ainda sem ter feito nada, mas como uma esperança de conciliação mundial. Agora, quando inicia o segundo mandato, espera-se que ele implante seu verdadeiro estilo de governar.

Foto: Jewel Samad/AFP

11 de setembro, os maiores atentados terroristas da história

Era uma manhã de terça-feira ensolarada na grande metrópole, mas que dali a pouco ia se tornar cinza. Na mesma hora, 19 homens embarcavam em aviões comerciais com um único propósito, o de atingir violentamente os símbolos do capitalismo e do poder dos Estados Unidos.

Assim começava o dramático 11 de setembro de 2001. Logo depois, as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, ardiam em chamas, antes de desabar, atingidas por dois aviões tomados de assalto pelos terroristas.

Em Washington, o Pentágono recebeu o impacto do terceiro avião em sua lateral. O número de mortos chegou a quase 3 mil pessoas. Os prejuízos, US$ 90 bilhões.

O território americano era atacado pela primeira vez na história e uma onda de temor tomou conta dos países ocidentais. A rede Al-Qaeda, mentora dos atentados, passou a ser caçada em todo o planeta, dando início à guerra do terror.

Os EUA jamais seriam os mesmos. Dez anos depois, Osama bin Laden, mandante dos atentados, seria localizado e morto por tropas americanas. Sumiram com o corpo, mas o clima de guerra permanece.

Foto: Arquivo Hoje em Dia

A trágica morte da princesa Diana

Um fato que comoveu o mundo foi a morte trágica da princesa Diana, a Lady Di, em agosto de 1997, em Paris, após um acidente de trânsito. A “Princesa do Povo”, que humanizou a realeza britânica, havia se divorciado no ano anterior do príncipe Charles, herdeiro da coroa.

Era o ideal de beleza e elegância feminina, admirada por seu trabalho de caridade, sobretudo na luta contra a Aids e pelo fim das minas terrestres. Seu funeral foi assistido por 2,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Em 2005, após atentados terroristas em Londres, o mineiro Jean Charles foi morto com sete tiros pela polícia. Ele foi confundido com um suposto terrorista muçulmano quando tentava pegar o metrô londrino. Seu enterro na cidade de Gonzaga, Leste de Minas, foi acompanhado por centenas de pessoas. Os culpados nunca foram punidos pela Justiça.

Foto: Arquivo Hoje em Dia

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