(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Inspirar pelo nariz e expirar pela boca é a forma correta de se respirar. Segundo médicos de diversas especialidades, os chamados “respiradores bucais” – pessoas que puxam e soltam o ar pela boca – estão sujeitos a vários problemas de saúde.
A disfunção geralmente começa na infância e, segundo dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 30% das crianças brasileiras são respiradoras bucais. De acordo com o ortopedista facial e ortodontista Gerson Köhler, ao respirar corretamente pelo nariz, a criança tem o ar que vai para o pulmão filtrado, aquecido, umidificado e pressurizado.
O problema é quando há obstruções nasais como adenoide, amígdalas grandes ou rinites, que desviam a respiração para a boca e o processo certo não é realizado.
Conforme Köhler, que também é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (Abor), um dos males mais visíveis da respiração bucal é a deformidade progressiva do crescimento dos ossos da face.
Ela acontece porque o maxilar cresce estreito, projetado para a frente e com o céu da boca profundo, provocando problemas ortodônticos. “Outras consequências da respiração inadequada são apneia, ronco, distúrbios do sono, aumento da pressão arterial, doenças cardiovasculares, cefaleias e obesidade”, revela Köhler.
A pneumologista do departamento de clínica médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Valéria Maria Augusto, acrescenta à lista de malefícios os problemas respiratórios.
Eles acontecem porque o respirador bucal inspira um ar mais seco, sujo, menos adequado à temperatura corporal e mais irritante para as vias aéreas. “Além da tosse constante, a respiração inadequada pode precipitar asma, caso o paciente já tenha essa tendência, agravando-a.
Sintomas
A atenção de pais e responsáveis a sintomas que podem passar despercebidos é a melhor forma de combater a respiração bucal. Basta avaliar se a criança dorme com a boca aberta, ronca e baba muito durante a noite, tem irritabilidade durante o dia e está sempre com olheiras e aparência de cansaço.
O resultado disso é uma qualidade de vida inferior à das pessoas que respiram adequadamente. “Com o sono agitado, a criança pode ter dificuldades de aprendizado e pode ter problemas para crescer”, enfatiza o ortopedista facial.
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