País menos dependente

Do Hoje em Dia
07/09/2012 às 07:29.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:05

É o tom do discurso da presidente Dilma Rousseff na comemoração pelos 190 anos da independência. Bem diferente do slogan governista de 40 anos atrás: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Muitos dos que se viram forçados a deixar o país naquele período negro de nossa história voltaram quando se percebia o fim próximo da ditadura militar e mais tarde passaram a ocupar cargos em governos. Não é o caso da presidente, que ficou aqui e foi presa e torturada. Dilma tem motivos para se orgulhar de si mesma e do Brasil. Nesses 615 dias no cargo, o país avançou no ranking das maiores economias do mundo, ocupando em 2012 a sexta posição, à frente de Reino Unido e da Itália. O avanço se deu menos pelo crescimento do PIB brasileiro – de apenas 2,7% no primeiro ano de seu governo – e mais pelo recuo da economia de países que têm enfrentado problemas ainda maiores com a crise financeira mundial. Mesmo que venhamos a cair nos próximos rankings, foi um avanço histórico.   Otimista como deve ser o discurso da presidente neste dia, Dilma não perde por admitir que o PIB brasileiro pode crescer neste ano ainda menos que em 2011 – o que levaria o país a recuar uma posição no ranking –, pois há boas perspectivas para o próximo ano. Além disso, a taxa de desemprego continua baixa.    Importa mais ao brasileiro, no discurso de Dilma, a redução do preço da eletricidade. Ela deverá ser oficialmente anunciada na próxima terça-feira, mas a queda pode chegar a 16% para os consumidores residenciais e 20% em média para a indústria. Terá impacto na produção e no controle inflacionário.   No discurso, a presidente não se esquece de uma vitória de seu governo, a queda da Taxa Selic. Era de 12,5% em agosto de 2011 e está em 7,5%. Os bancos que emprestam ao governo estão ganhando agora pouco mais de 2% ao ano, descontada a inflação. Essa redução traz reflexo importante no Orçamento da União, que vinha destinando 45% dos recursos ao pagamento da dívida. Mesmo assim, os juros continuam atrativos para os investidores, no momento atual da economia mundial. Tanto que há dois dias o Tesouro Nacional captou 1,25 bilhão de dólares de investidores norte-americanos e europeus, oferecendo taxas de 2,68% ao ano. Esse é o menor valor da história para emissões de títulos brasileiros no exterior.   Afinal, temos a esperança de que o Brasil vai se tornar financeiramente independente, passados 190 anos do grito do Ipiranga.

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