Pandemia de Covid-19 provoca queda recorde no setor de serviços em Minas

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
17/06/2020 às 22:00.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:48
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

A sequência de indicadores econômicos negativos do IBGE, em abril, primeiro “mês cheio” da pandemia da Covid-19, foi acrescida, ontem, de novo balanço: o do setor de serviços, que apresentou o terceiro recuo mensal seguido e o mais intenso da série histórica, iniciada em 2011. O índice nacional foi de -11,7%, ante março. 

Em Minas, onde a produção industrial caiu 15,9% e o comércio recuou 14,3% também em abril sobre março, os serviços despencaram 11%. Na comparação com abril de 2019, o tombo mineiro no segmento foi ainda maior: 15,7%.

Ainda na comparação com o ano passado, as cinco atividades do estudo setorial do IBGE tiveram queda significativa no Estado. Em volume, a baixa maior foi relativa aos serviços prestados às famílias: -58,9%. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio caíram 23,7%; outros serviços, 10,3%; serviços de informação e comunicação, 5,2%; e serviços profissionais, administrativos e complementares, 2,6%.

No grupo dos serviços às famílias, que compreende desde itens como alojamento e alimentação a salões de beleza, o “ agregado das atividades turísticas”, incluindo agências de viagem e o transporte de passageiros, por exemplo, foi dono da maior queda no Estado: -49,4% ante março e -64,5% em relação a abril de 2019.

Segundo o IBGE, a Covid-19 fez com que o turismo perdesse participação no setor de serviços no país. Antes da crise, representava 13%; em março, 9,5%; e, em abril, 4,86%.

A sobrevivência das empresas de turismo tem sido posta mesmo à prova em Minas, durante a pandemia. Agências usam reservas financeiras para manter-se abertas e muita criatividade para não perder a clientela.

É o caso da To Travel, no Vila da Serra, em Nova Lima, Grande BH. Sócia da agência, Fernanda Oliveira conta que ficou sem vender pacotes do início da crise da Covid-19, em 20 de março, a 8 de junho. Com as portas fechadas, as contas foram pagas graças a uma espécie de poupança criada para momentos difíceis – não tão raros em um segmento movido a oscilações cambiais.

“Nesse tempo, movimentamos muito nossas redes sociais, produzindo lives com especialistas e motivando passageiros que não podem viajar no momento a fazer planos”, diz ela. O plano agora, com a reabertura da agência, é focar na comercialização de promoções voltadas para o pós-pandemia. 

“Estamos oferecendo produtos como os vales-hospedagem, os vale-passagens e o ‘travel card’, uma espécie de consórcio que a pessoa adquire hoje, em valores que vão de R$ 5 a R$ 50 mil, e usa assim que for possível voltar a viajar”, acrescenta Fernanda, lembrando que a projeção é de que até outubro a situação comece a se normalizar.

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