Para evitar extradição, traficante brasileiro mata jovem no Paraguai

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
17/11/2018 às 19:48.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:52

O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, é suspeito de ter assassinado uma jovem que o teria visitado, neste sábado (17). Ele está preso no grupamento especializado da Polícia Nacional, em Assunção, no Paraguai. O crime seria uma "medida extrema para evitar sua extradição para o Brasil", de acordo com informações do jornal local ABC Color. O criminoso é integrante da facção Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. 

No país vizinho, ele está preso por homicídio e falsificação de documentos, mas um processo para sua extradição foi aberto atendendo a pedido da justiça brasileira. No Rio, ele foi condenado a 26 anos de prisão. Se confirmada a autoria do assassinato, ele terá de responder ao inquérito, dificultando a entrega do criminoso às autoridades brasileiras. 

Ainda segundo a imprensa paraguaia, Marcelo Piloto teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente Lidia Meza Burgos, de 18 anos, que fora visitá-lo neste sábado (17). A vítima é da cidade de General Resquín, em San Pedro, também no Paraguai. O assassinato foi confirmado pelo chefe do grupamento local, Germán Real Medina.

Crime

Segundo relatos, após ouvir gritos, agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. Lidia chegou a ser levada para o hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.

As informações da imprensa paraguaia ressaltam que o crime seria uma "estratégia macabra e desesperada" do narcotraficante para barrar sua extradição para o Brasil, já que todas os recursos judiciais foram esgotados sem sucesso. Na sexta-feira (16) a Justiça havia negado um pedido da noiva de 'Piloto', Marisa de Souza Penna, também reclusa em um presídio local, que pretendia casar-se com ele na prisão. O casamento com uma paraguaia seria uma outra forma de evitar a transferência para cá. 

Anteriormente, Marcelo havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. A advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros, na segunda-feira (12), em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

Ainda neste mês, as autoridades paraguaias divulgaram um vídeo em que o Comando Vermelho ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália à extradição do brasileiro. 

*Com Agência Estado

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