Partidos aguardam fim da 'Lava Jato' para fechar acordos, de olho em 2018

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
26/12/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:13

Dois mil e dezessete ainda não começou, mas o foco da classe política já está no pleito presidencial de 2018. Ao contrário dos anos anteriores, as negociações entre os partidos para compor chapa ainda estão turvas. Afinal, com a Operação “Lava Jato” a todo o vapor, as legendas devem deixar a formalização dos apoios para a última hora. 

Entre os mais cotados para a corrida presidencial estão Lula (PT), que lidera as pesquisas em primeiro turno; o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT); o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); o senador Aécio Neves (PSDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva (Rede), o empresário e apresentador de TV Roberto Justus, e Jair Bolsonaro (PSC). 

O PMDB, menina dos olhos da política por possuir a maior bancada e, consequentemente, por arrastar um maior número de aliados, aguarda decisão da “Lava Jato” para decidir qual lado tomar.

“Não tem nada de significativo costurado. O partido está esperando acabar a ‘Lava Jato’ para saber, inclusive, quem poderá se candidatar”, afirma uma fonte que não quis se identificar. Atualmente aliado do PSDB, o relacionamento do presidente Michel Temer (PMDB) com o partido está bambo. 

Ainda é cedo

Bruno Reis, professor de Ciências Políticas da UFMG, ressalta que, com o cenário político conturbado, ainda é cedo para falar em uma polarização nas próximas eleições.

“Não podemos descartar Lula nem Alckmin como candidatos, o cenário é de extrema fragmentação e, por isso, outros atores têm chances reais de serem eleitos”, analisa.

Como exemplo, ele cita Marina Silva, que, segundo pesquisas eleitorais, é capaz de vencer Lula em um segundo turno. Ciro Gomes (PDT) é outro nome forte que tem se destacado tanto nos bastidores políticos quanto nos meios de comunicação, com opiniões vorazes.

Há, ainda, candidatos impulsionados pela descrença da população nos políticos de longa data. O empresário e apresentador de TV Roberto Justus é um deles.

“O Justus é a prova de que ricos e influentes não podem ser descartados como candidatos no atual cenário político. Afinal, é necessário dinheiro para bancar a campanha e um bom programa de marketing para se destacar com as mudanças na legislação eleitoral”, justifica.

Outro nome que tem se fortalecido é o de Bolsonaro. “Não acredito na viabilidade dele se eleger. Mas a crescente visibilidade de Bolsonaro também é sintoma da fragilidade do sistema político”, ressalta.

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