(Lucas Prates/Hoje em Dia)
A crise cada vez mais aguda em razão de uma pandemia que parece tornar-se crônica, neste começo de 2021, deixa pessimistas não apenas os pequenos lojistas. Donos de grandes redes, com lojas de rua e em shoppings espalhados pelo país, também temem pelo pior, enquanto a vacinação não for ampliada e tornar viável o retorno a algo mais próximo da normalidade. É o caso do empresário mineiro Pedro Paulo Drummond, de 61 anos, dono da Cia. do Terno.
De 182 lojas existentes na rede antes da pandemia, em 22 estados, ele já fechou 24 e deve encerrar as atividades de mais 20, entre abril e maio – boa parte delas em shoppings centers, nos quais o custo operacional é mais alto.
“Imagine a situação: tenho quatro funcionários numa loja que está fechada por causa da pandemia e os salários deles são de R$ 3 mil ao mês cada, ou R$ 12 mil no total. Como essa loja é em um shopping, ainda pago condomínio de R$ 6 mil, mesmo com uma eventual isenção do aluguel. Portanto, estou tendo prejuízo de R$ 18 mil ao mês, só com essa unidade”, diz.
Drummond critica duramente a condução da pandemia pelo Poder Público em BH. Para ele, o “abre e fecha” imposto pela prefeitura desde março do ano passado, sem ser acompanhado de medidas efetivas para evitar o caos econômico, deixou a sensação de um enorme esforço não recompensado. “Belo Horizonte tem apresentado os mesmos níveis de infestação da maioria das capitais, sendo que foi a que mais fechou o comércio ao longo do ano”, afirma. Ainda segundo o empresário, diante das circunstâncias, tudo indica que o cenário atual irá gerar um triste marco histórico. “Março será o mês com maior volume de demissões e calotes de todos os tempos no país”, prevê.
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