PF cumpre 18 mandados de prisão por crime ambiental; 1 em Minas

Da Redação
08/05/2019 às 14:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:33

 A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (8), 18 mandados de prisão, 36 mandados de busca, além de outras medidas cautelares para desarticular uma organização criminosa ligada a crimes ambientais com atuação em Minas Gerais, Acre e Amazonas. 

Entre os detidos estão servidores do Ibama e policiais militares lotados na cidade de Boca do Acre (AM) e grandes pecuaristas da região sul do Estado do Amazonas. Em Minas, foram cumpridos um mandado de prisão e um de busca. Mas não foi informada a identidade do preso.

De acordo com balanço parcial divulgado pela PF, no início da noite, foram apreendidas cinco armas de fogo (sendo duas espingardas e três revólveres), munição, um avião monomotor, cinco camionetes, 11 tratores, 7.480 cabeças de gado, aproximadamente 800 mil reais, celulares, mídias e  documentos. O balanço final está previsto para ser divulgado até o fim do dia. 

A ação foi realizada com a cooperação do Ministério Público Federal e apoio do Exército Brasileiro. 

Por meio de nota, o Ministério do Meio Ambiente informou que "o Ibama auxilia as autoridades policiais nas investigações e apoia ações de combate à corrupção no Instituto e aos crimes ambientais". E ainda que "os servidores investigados na operação serão afastados de suas funções no Ibama e responderão a processos administrativos disciplinares".

Investigações

Segundo informações da PF, as investigações constataram que os servidores públicos estavam recebendo vantagens indevidas para cometer ilícitos como deixar de lavrar autos de infração por desmatamentos, multar "laranjas" em vez dos verdadeiros responsáveis e repassar informações privilegiadas de datas e locais das fiscalizações ambientais. Os funcionários também deixaram de apreender maquinário utilizado para desmatamentos da Floresta Amazônica.

As ações criminosas, de acordo com a PF, resultaram em extensos desmatamentos no sul do Amazonas, lavagem de dinheiro e corrupção, atos praticados, em tese, por servidores públicos, policiais militares lotados na cidade de Boca do Acre e por grandes pecuaristas da região sul do Estado do Amazonas.

"Foram encontrados indícios de que alguns pecuaristas invadiam terras da União, comandavam desmatamentos e contratavam policiais militares para fazer a proteção das máquinas e das áreas de desmatamento, expulsar e ameaçar moradores locais, tendo sido apurada inclusive uma tentativa de homicídio praticada contra um pequeno produtor rural durante a atuação de grilagem de terra e desmatamento de uma área", informou a PF.

Ao longo dos últimos anos, os investigados foram alvo de 169 autos de infração lavrados pelo Ibama, somando aproximadamente R$ 147 milhões em aplicação de multas, referente a uma área de 86 mil hectares - equivalente à duas vezes a área urbana da cidade de Rio Branco (AC). 

O termo Ojuara, segundo a PF, é tema de livro e filme brasileiros que narram aventuras do personagem título, indivíduo que teria desafiado o Diabo, fazendo referência ao codinome de um dos investigados.

* Com Estadão Conteúdo

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