PF deflagra 9ª fase da Operação Acrônimo e mira em chefe da Casa Civil de Minas

Bruno Moreno*
bmoreno@hojeemdia.com.br
23/09/2016 às 07:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:56
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (23) a 9ª fase da Operação Acrônimo. Um dos alvos da ação é o secretário de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais de Minas, Marco Antônio de Rezende Teixeira, e outras pessoas relacionadas às empresas de consultorias MOP e OPR em Minas Gerais. 

Policiais federais foram ao apartamento do secretário, no bairro Cruzeiro. Um chaveiro teve de ser chamado para abrir a porta do quarto de Marco Antônio de Rezende Teixeira. Após aproximadamente três horas eles saíram levando malotes, mas não se pronunciaram à imprensa. Agentes também foram na sede do Sindicato da Indústria Extrativista (Sindiextra), no bairro Funcionários. 

Segundo a investigação, o sindicato teria repassado dinheiro para a MOP Consultoria e Assessoria, empresa do Marco Antônio e do atual presidente da Companhia de Tecnologia da Informação de Minas (Prodemge), Paulo de Moura.

 e de Paulo Moura, José Sad Júnior, informou que nenhum dos clientes está em Belo Horizonte. Marco Antônio viajou para a Califórnia, nos Estados Unidos, no último dia 15, de férias. Segundo o advogado, ele vai antecipar o retorno ao Brasil.

O advogado afirmou ainda que desconhece as acusações e foi à sede da Polícia Federal para ter acesso ao processo.

le esteve na sede da Polícia Federal, onde protocolou um pedido para ter acesso ao processo e solicitou o reagendamento das oitivas.

Essa fase também investiga outro esquema paralelo supostamente envolvendo o governador de Minas Fernando Pimentel com a empresa OAS, alvo de busca. Não há prisões. Apenas mandados de condução coercitiva e busca a apreensão.

"Essa operação já se esgotou. O que resta é o gosto pelos holofotes e a busca desesperada de provas que não existem. E de fatos que as autoridades tiveram notícia desde o ano de 2014. Não existe nem nova e nem fase na Acrônimo. O único fato verdadeiro é que a operação agoniza lentamente, diante das inúmeras ilegalidades e abusos praticados desde o seu início", explica Eugenio Pacelli, advogado de Fernando Pimentel.Bruno Moreno Agentes da PF no bairro Funcionários, região Centro-Sul da capital


A MOP Consultoria e Assessoria, um dos alvos da ação da PF, foi aberta em novembro de 2012. Marco Antônio e Paulo Moura integravam o primeiro escalão da prefeitura de Belo Horizonte na gestão Pimentel (2001-2008).

Investigadores da Operação Acrônimo suspeitam que o governador seja o dono da consultoria e beneficiário de recursos recebidos por ela. Em 25 de junho do ano passado, numa das fases da Acrônimo, a PF recolheu notas fiscais dos pagamentos à MOP e a outras empresas atribuídas pelos investigadores ao governador. Os documentos estavam numa sala alugada por Pimentel para ser seu escritório político em BH.

No local da apreensão funcionavam outras empresas supostamente de propriedade de Pimentel, como a OPR Consultoria Imobiliária, em nome Otílio Prado, um dos principais assessores do petista.

A MOP é investigada por ligações com Fernando Pimentel. Ela recebeu R$ 635 mil do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra). A entidade representa as viações de ônibus da capital mineira, contratadas na gestão do petista, em 2008, para operar as linhas da cidade por 20 anos, com faturamento previsto de R$ 10 bilhões. Rezende coordenava a licitação. A empresa dele teve ainda mais sete clientes e faturou R$ 1,9 milhão em 21 meses.

A consultoria teve vida curta. Em dezembro de 2014, logo após Pimentel vencer as eleições para o governo de Minas, os dois sócios a fecharam. Ambos trabalharam na campanha e, em seguida, na equipe que cuidou da transição do governo. Marco Antônio era coordenador financeiro e jurídico do comitê.

*Com Estadão Contéudo

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