PF faz buscas em imóveis de Aécio Neves e da irmã dele em Minas e no Rio

Renata Evangelista
11/12/2018 às 07:16.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:29

O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) é alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal na manhã desta terça-feira (11). Além do parlamentar, que foi eleito deputado federal por Minas Gerais, a irmã dele, Andrea Neves, e o primo Frederico Pacheco também estão sendo investigados. Conforme a PF, eles teriam envolvimento com crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Outro alvo desta operação é Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do partido Solidariedade. Além disso, empresários que teriam emitidos notas fiscais frias para Aécio, entre 2014 e 2017, também estão sendo investigados na Operação Ross, que ocorre simultaneamente em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e Distrito Federal. Outros dois senadores e dois deputados federais também são investigados.

Por nota, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o senador, reforçou que Aécio sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações. "A correta e isenta investigação vai apontar a verdade e a legalidade das doações feitas", declarou o defensor. Confira a íntegra da nota no fim da matéria.

Corrupção

De acordo com a PF, Aécio Neves teria comprado apoio político do Solidariedade, por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias. Os valores investigados ultrapassam R$ 100 milhões. "As vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014", informou a PF por nota.

No total, 200 homens trabalham na ação, que faz parte do inquérito 4519, que tem como relator no Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro Marco Aurélio Neto. A Justiça Federal expediu 24 mandados de busca e apreensão e 48 intimações para oitivas.

Buscas

Logo nas primeiras horas do dia, policiais federais foram até o prédio de Aécio Neves, no bairro Anchieta, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De lá, os agentes saíram com malotes e sem falar com a imprensa. Os policiais também deram buscas em um imóvel do senador que fica no bairro Ipanema, no Rio de Janeiro. 

Em relação a Andrea Neves, foram cumpridas ordens judiciais em Brumadinho, na Grande BH, e em Copacabana, no Rio. Já o primo do parlamentar tem imóvel em Nova Lima, também na Região Metropolitana de BH.

Nome

A ação desta terça-feira é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. O nome da Operação Ross é referência ao explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, na Antártida, fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sendo investigadas.

Íntegra da nota da defesa de Aécio Neves

"O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados. 

O inquérito policial baseia-se  nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na justiça eleitoral, em algo ilícito  para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade é a legalidade das doações feitas.

Alberto Zacharias ToronAdvogado"

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