PIB tem o pior retrocesso da história

Bruno Moreno - Hoje em Dia
04/03/2016 às 08:02.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:40

A sensação de que 2015 foi um ano perdido deixou de ser uma percepção para se tornar realidade nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, que recuou 3,8%. O tombo foi generalizado. Apenas em um setor, o agronegócio, o resultado foi positivo.

O retrocesso foi o maior da atual série histórica iniciada em 1996 e também o mais importante desde 1990, quando estava em vigor outra série e a economia retrocedeu 4,3%, explicou o IBGE.

Uma análise mais cuidadosa dos números mostra que, apesar de o governo federal argumentar que já em 2016 será possível sair da crise, a perspectiva de melhora ainda está longe. O principal indicativo é que o investimento do setor produtivo, a chamada “Formação Bruta de Capital Fixo”, caiu 14,1% no ano passado.

“O país que não investe não cria condições de ampliar a produção e de crescer. O resultado muito negativo em 2015 nos mostra uma limitação de crescimento para os próximos anos. Mesmo numa retomada da economia, ainda levará muito tempo para retomar o crescimento em função do investimento dos últimos anos terem sido baixos”, avalia o professor de finanças da Fumec Leonardo Teixeira.

Na avaliação de Teixeira, o resultado do PIB é uma consequência das políticas econômicas do governo federal nos últimos anos, que priorizaram o consumo em vez de focar no investimento como forma de crescimento.

O Ministério da Fazenda informou, por meio de nota, que a queda na atividade econômica é consequência de vários fatores, tais como queda no preço das commodities, crise hídrica e consequente problema de abastecimento, desinvestimentos da cadeia de petróleo, gás e construção civil e e ajuste macroeconômico.

Incompletas

O economista Guilherme Almeida, da Fecomércio, avalia que as medidas tomadas pelo governo federal em 2009 para combater a crise econômica foram incompletas.

“Houve um programa forte de desonerações e isso foi muito bom para incentivar o consumo. Mas não veio a grande contrapartida que deveria ter ocorrido, que é investimento em infraestrutura, que atrai capital nacional e estrangeiro”, critica.

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