Pimentel e Anastasia são alvo de opositores no debate da TV Record

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
29/09/2018 às 14:02.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:43
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Com ataques concentrados principalmente em Pimentel e Anastasia, seis dos nove candidatos ao governo de Minas participaram do penúltimo debate televisivo antes da votação, em 7 de outubro. Promovido pela TV Record a apenas oito dias da eleição, o debate realizado no Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot), no bairro Estoril, na tarde deste sábado (29), teve duração de uma hora e meia, e foi centrado em críticas à gestão do atual governador Fernando Pimentel (PT), principalmente em relação ao déficit fiscal e parcelamento de salários, além de atingir também Antonio Anastasia (PSDB), que lidera as pesquisas de intensão de voto.

Além de Pimentel e Anastasia, também participaram do debate, dividido em quatro blocos principais, os candidatos Adalclever Lopes (MDB), Dirlene Marques (PSOL), Claudiney Dulim (Avante) e João Batista Mares Guia (Rede).

Logo no primeiro dos quatro blocos, com questionamentos diretos entre os concorrentes a partir de temas sorteados pela organização, Pimentel e Anastasia travaram um embate particular. Na primeira chance de perguntar, o atual governador acusou o tucano de deixar 511 obras paradas em Minas e também de ser apoio ao presidente Michel Temer (MDB), no processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). “O senhor é o grande responsável por Temer estar na Presidência da República. O senhor apoiou a reforma trabalhaista”, disse Pimentel.

Anastasia rebateu Pimentel, acusando o governador de “arruinar” as finanças de Minas, pegando carona na provocação do candidato Mares Guia, que havia questionado o petista sobre uma solução possível para o pagamento dos R$ 8 bilhões que o Estado deve aos municípios. “Impressionante como o candidato Pimentel tem a coragem de se candidatar ao governo, ele, que arruinou as finanças de Minas Gerais”, disse Anastasia.

Nesse clima Mares Guia aproveitou algumas brechas para tecer críticas ao petista e ao tucano. Ao falar sobre o déficit fiscal do Estado, na casa de R$ 5,6 bilhões, o candidato da Rede disparou contra os adversários. "Fico feliz que o Anastasia está começando a copiar essa parte do meu plano de governo, pelo menos", ironizaou. "O Pimentel não se importa porque ele acha que o Haddad é mágico, que vai chegar lá e resolver os problemas do país”, completou Mares Guia.

Ataques

No segundo bloco do debate, com perguntas de jornalistas direcionadas a candidatos, Pimentel voltou a ser alvo dos adversários. O petista foi questionado sobre a ação do Ministério Público, que o acusa de pedaladas fiscais ao pedir antecipação do ICMS da Cemig, no valor de R$ 900 milhões. Ao responder, o governador aproveitou para atacar Anastasia de novo, associando o tucano à gestão de Temer.

“Não tem pedalada nenhuma, já cumprimos prazo do Tribunal de Contas. O dinheiro não é uma antecipação para ano que vem, o que seria ilegal, é para esse ano. É necessário para o caixa do Estado porque estamos vivendo um problema gravíssimo causado pelo governo Temer, responsável pelo agravamento da situação fiscal não só em Minas Gerais, mas em todos os estados brasileiros, especialmente no nosso caso, que tínhamos dificuldades pela gestão herdada do PSDB”, disse Pimentel.

Ainda com as perguntas de jornalistas, os candidatos João Batista Mares Guia e Adalclever Lopes travaram um bate-boca particular sobre o processo de impeachment do governador Pimentel, trancado na pauta da Assembleia, após grande polêmica na Casa, antes da campanha. “Em momento nenhum a Assembleia deixou de cumprir seu papel. Foram recebidos não só esse como outros pedidos de impeachment, que foram lidos em plenário. Existia, sim, uma falta de repasse aos poderes, que imediatamente foi corrigida. Então, achamos que foram cumpridos os pressupostos legais”, disse Adalclever.

Acusações

Na sequência, Mares Guia acusou Adalclever de ter manipulado o processo de impeachment contra Pimentel, ao acatar o pedido de impugnação do governador, mas desconsiderar o pedido após algumas semanas. “Você manipulou o processo de impeachment, caracterizado por uma chantagem ao governador Fernando Pimentel. A Assembleia deveria ter a oportunidade de ele se afastar para se defender, e hoje teríamos a alegria de ter um candidato completamente isento das acusações que pairam sobre ele”, disparou Mares Guia.

O candidato do MDB rebateu o adversário e elevou o tom ao chamar Mares Guia de  “vespão da moralidade”. “Acho que o senhor se engana redondamente porque a Assembleia cumpriu o seu papel. O senhor tenta se apresentar como novo, e fala do PSDB e do PT, mas participou dos dois, e agora virou um ‘vespão’ de moralidade”, disse Adalclever.

Com tom mais elevado, o terceiro bloco do debate, marcado por perguntas diretas entre os candidatos, não faltaram ataques direcionados ao senador Anastasia. No primeiro embate, Pimentel acusou Anastasia de não permitir licença maternidade para professoras designadas no Estado. “Na gestão tucana, tinha escola no interior funcionando dentro de motel, porque não tinha lugar para alugar. O que me chocou mais é que o Anastasia não reconhecia licença maternidade das professoras designadas. Nós corrigimos isso”, atacou Pimentel.

Na sequência, a candidata do PSOL, Dirlene Marques, questionou o tucano sobre a recente declaração de seu vice, o deputado federal Marcos Montes (PSD), que afirmou durante uma palestra em Patrocínio, no Triângulo Mineiro, na semana passada, um possível apoio a Jair Bolsonaro (PSL), caso o presidenciável Geraldo Alckmin não chegue ao segundo turno das eleições presidenciáis.

“Ouvimos o seu candidato a vice garantir um apoio a Bolsonaro, isso foi muito agressivo. Queria ouvir o seu posicionamento”, questionou Dirlene a Anastasia. Evazivo, o tucano se limitou a dizer que seu candidato é Alckmin e fugiu da pergunta, retomando o embate com Pimentel. “O meu candidato é o governador Geraldo Alckmin, que irá para o segundo turno e ganhará as eleições. Eu tenho a impressão de que o candidato Pimentel governa São Paulo, estado governado pelo PSDB por 24 anos. Lá, os professores recebem em dia”, atacou o tucano.

No quarto e último bloco, os candidatos fizeram as condiserações finais com apelos de votos aos eleitores. O próximo e último debate televiso entre os candidatos ao governo de Minas será realizado pela TV Globo, no próximo dia 2 de outubro.

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