Pleno Preparatório fecha as portas e surpreende alunos

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
25/01/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:32

Alunos do Pleno Preparatório, cursinho voltado para concursos públicos, se surpreenderam ontem com o encerramento das atividades da escola, localizada na rua Goitacazes, no Centro de Belo Horizonte.

Durante todo o dia, estudantes que chegavam ao local se depararam com as portas fechadas. 

“Vim para fazer o cancelamento da matrícula de um curso para o concurso do Banco do Brasil. Era para a turma ter começado em 3 de dezembro do ano passado, mas eles foram adiando. A última data era 7 de fevereiro, mas a escola acabou antes disso. A gente vai na boa fé, na confiança. Hoje só me arrependo de não ter pego meu dinheiro de volta antes”, disse Ingrid Tizone, que pagou R$ 678. 

Após bater na porta várias vezes, ela foi atendida por um funcionário. Mas Ingrid saiu de lá frustrada. 

“Me deram três opções: reembolso sem data para acontecer, distrato com desconto de 50% no cursinho Pró Labore ou gratuidade em uma turma de lá que já começou. Nada disso me interessa. Estou me sentindo desrespeitada”, lamentou. 

Assim como Ingrid, outros alunos que preferiram não se identificar também ficaram decepcionados com o atendimento. “Fiz matrícula pela internet para um curso de português. Pode até ser a crise, mas não podemos ficar no prejuízo”, disse uma aluna. De olho em uma vaga no TJMG, um aluno se mostrou mais otimista. “Não acredito que vamos levar o cano”, afirmou. 

Uma funcionária que não quis dizer o nome afirmou que todos os clientes estão sendo contatados por telefone e serão encaminhados para outra escola. E que o Pleno pode voltar, caso haja uma reação da economia. Mas não há qualquer comunicado no site da escola.

Segundo a Associação Nacional de Proteção e Apoio ao Concurso Público, eram abertas pela União uma média de 20 mil vagas até 2014. O número despencou em 2015 e 2016. Para 2017, os concursos foram suspensos pelo Planejamento

Redução

A diretora do Pleno, Cristiane Mota, não foi localizada ontem. Em entrevista ao Hoje em Dia, em novembro de 2016, ela admitiu uma redução de 20% no número de matriculados em função do cancelamento de uma série de concursos. 

O coordenador do Procon da Assembleia, Marcelo Barbosa, diz que nos casos em que a empresa não cumpre a obrigação, a devolução do dinheiro deve ser feita de forma integral e imediata.

“O artigo do 35 do Código de Defesa do Consumidor estabelece ainda que o cliente pode aceitar outro bem ou serviço, desde que nas mesmas condições”, disse. 

Ele orienta os alunos que se sentirem prejudicados a registrar queixa na Delegacia do Consumidor. Barbosa disse ainda que já há pelo menos dez reclamações contra o Pleno no Procon. 

Em julho do ano passado, o Méritus Concursos Públicos, que funcionava há dez anos em BH, também encerrou as atividades. 

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