PM do Rio anuncia mudanças na Tropa de Choque

Clarissa Thomé e Fábio Grellet
15/08/2013 às 19:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:01

Um dia depois de o diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital do Rio, delegado Ricardo Dominguez, ter feito duras críticas à atuação do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) na manifestação em frente ao Palácio Guanabara, a corporação anunciou nesta quinta-feira (15) mudanças no comando da tropa. O comandante do Batalhão de Choque da PM, tenente-coronel Fábio Almeida de Souza, deixa o comando da tropa, cargo que ocupa desde outubro de 2011, e passará a liderar o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), onde já serviu.

A PM negou que a troca de comando tenha a ver com as críticas à atuação do Choque nas manifestações. De acordo com a assessoria da polícia, o novo comandante da corporação, coronel José Luís Castro Menezes, tem feito mudanças nos batalhões desde que foi nomeado, há dez dias. O tenente-coronel Márcio Oliveira Rocha assumirá o Choque. Ele estava no Batalhão da Tijuca.

Desde o início dos protestos, em junho, a atuação do Batalhão de Choque tem sido alvo de críticas de manifestantes e entidades de defesa dos direitos humanos. No ato desta quarta-feira, 14, que reuniu apenas 200 manifestantes, os policiais do Choque detiveram 29. Só um foi indiciado por dano ao patrimônio. Vinte e oito foram liberados sem registro de nenhuma acusação. Entre os detidos, havia quem sequer participava do protesto.

Os policiais também lançaram bombas de efeito moral por quatro vezes em frente à 9.ª Delegacia de Polícia (Catete). Funcionários sofreram ataques de tosse após inalar o gás. Dominguez chegou a ameaçara dar voz de prisão aos PMs e determinou que quatro deles ficassem em frente à delegacia, que teve a porta de vidro quebrada, como forma de coibir que novas bombas fossem jogadas. Depois, os PMs foram substituídos pela tropa de elite da Polícia Civil, a Coordenadoria de Operações Especiais.

Por determinação de Dominguez, foi instaurado inquérito para investigar se houve excessos na atuação do Choque ao tentar conter os manifestantes. Outros quatro inquéritos foram abertos para apurar denúncias feitas por manifestantes que acusam os policiais militares de agressão. Enquanto o primeiro inquérito vai apurar a atuação dos policiais contra os manifestantes de forma geral, esses quatro investigarão abusos específicos contra os autores das denúncias. Até esta quinta-feira, segundo a Polícia Civil, os ativistas não haviam conseguido identificar os policiais autores dos supostos abusos.
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