Bolsonaro volta a criticar isolamento social adotado por municípios e estados

Da Redação*
14/05/2021 às 16:25.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:56
 (Marcos Corrêa/ PR)

(Marcos Corrêa/ PR)

O presidente Jair Bolsonaro voltou, nesta sexta-feira (14), a criticar as medidas de isolamento social adotadas por municípios e estados por causa da pandemia de Covid-19. Durante a cerimônia de entrega de 307 títulos de posse de terra a agricultores familiares da comunidade Santa Mônica em Terenos, no Mato Grosso do Sul, o mandatário disse que a situação do país estaria muito pior caso os trabalhadores do campo tivessem parado suas atividades em decorrência da pandemia.

“Se vocês do campo tivessem ficado em casa, a exemplo do pessoal engravatado das cidades, as cidades teriam sucumbido”, disse o chefe de Estado, dirigindo-se aos agricultores que participaram do evento, ao destacar que é a produção dos agricultores familiares que alimenta o povo brasileiro.

 Marcos Corrêa/ PR / N/A

O presidente voltou a reiterar as críticas que vem fazendo ao isolamento social enquanto instrumento de combate à pandemia

O presidente voltou a reiterar as críticas que vem fazendo ao isolamento social enquanto instrumento de combate à pandemia. “Vocês sofreram muito com medidas restritivas sem qualquer comprovação científica. Não existe comprovação científica de lockdown. Não existe. Quase quebraram o Brasil ano passado para atingir o governo. Não conseguiram porque eu falei que só Deus me tira de lá”, disse Bolsonaro.

Ele acrescentou que os gastos com auxílio emergencial endividaram o país em R$ 700 bilhões “para atender questões da pandemia”, e que, “só de gastos com auxílio emergencial foi o equivalente a 10 anos de Bolsa Família”. “E agora se faz uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) em Brasília, não para apurar propina da vacina. Se faz uma CPI com aquela composição para apurar omissões no governo federal, mas que, na hora de convocar governadores, ela é contra”, argumentou o presidente.

Entrega de títulos

Também presente no evento, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, lembrou que, com os 307 títulos fundiários entregues hoje no Mato Grosso do Sul, o governo já contabiliza, desde 2019, 3.296 documentos de titulação definitivas e provisórios emitidos no estado. Deste total, 1.128 são títulos definitivos.

“A partir de hoje, esses produtores são independentes e podem fazer o que quiserem com a terra porque o título é de vocês. Vocês são donos da vida de vocês”, disse ao anunciar a assinatura do programa Titula Brasil, criado para apoiar a titulação de assentamentos e de áreas públicas rurais da União e do Incra passíveis de regularização por meio de parcerias com os municípios.

Terras indígenas e quilombolas

Bolsonaro aproveitou o evento para defender medidas similares aos povos indígenas, no sentido de dar a eles a posse de terra para fazerem, com ela o que bem quiserem. “Temos um projeto que torna a terra do índio igual à fazenda de vocês. Ele pode produzir, garimpar e fazer tudo que o fazendeiro do lado quer fazer”, disse o presidente.

“Não tivemos demarcação de terras indígenas ao longo dos meus quase 2 anos e meio de governo, assim como não tivemos de quilombolas. Qual é a diferença de quem tem uma pele mais escura do que nós?”, acrescentou.

Ainda segundo o presidente, o país vive uma crise hidrológica devido à dificuldade para passar linhas de transmissão de energia elétrica em territórios indígenas.“E, por causa disso, gastamos mais de R$ 1 bilhão por ano em subsídio para que o povo de Roraima tenha energia elétrica”.

*Com Agência Brasil

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