Câmara encerra sessão sem votar projeto de renegociação da dívida dos Estados

Estadão Conteúdo
19/12/2016 às 22:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:08
 (JoséCruz/ABr)

(JoséCruz/ABr)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a ordem do dia no plenário desta segunda-feira, 19, sem votar o projeto que trata da renegociação das dívidas dos Estados. Há pouco, ele informou que tentará fechar um acordo sobre a proposta durante reunião com líderes partidários e governadores nesta terça-feira, 20, na residência oficial da Câmara.

Ao chegar à sessão, Maia defendeu que as contrapartidas que foram colocadas no texto pelo Senado sejam retiradas do projeto e que elas constem apenas no contrato de renegociação que será assinado entre os governos estaduais e federal. "Serão as mesmas contrapartidas. O que se discute é que muitas das contrapartidas que estão colocadas pelo governo são temas de legislação estadual. Então, não cabe à Câmara dos Deputados legislar sobre temas de servidores estaduais e sobre temas do Estado. Esse é um papel das assembleias legislativas", afirmou.

A alternativa defendida por Maia vai de encontro ao que o governo defende. Nesta segunda, o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), disse que a orientação do Palácio do Planalto é manter todas as contrapartidas aprovadas pelo Senado. "O justo é isso, que o governo federal atenda o pleito dos governadores, mas não adianta atender o pleito, permitir a renegociação, e os governos não darem contrapartida", afirmou.

Para viabilizar a votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados com a União, parlamentares discutem amenizar as contrapartidas incluídas pelo Senado para aqueles entes da federação que decidirem aderir ao chamado Regime de Recuperação Fiscal. O texto criou uma série de exigências para que os Estados que se encontram em situação de calamidade fiscal - Rio, Minas e Rio Grande do Sul - possam ficar até três anos sem pagar dívidas.

Pela proposta, os Estados que aderirem ao novo regime fiscal vão ter que cumprir medidas como a elevação da contribuição previdenciária dos servidores ativos e inativos para, no mínimo, 14%; redução de incentivos fiscais; e adoção de novas regras previdenciárias. A lei estadual poderá ainda autorizar a redução da jornada de trabalho atrelada à diminuição proporcional dos salários. Esses pontos não constavam na primeira versão aprovada pela Câmara, em agosto, e têm sido criticados por deputados.

Leia mais:
Em reunião com a PM, governo diz que não vai adotar 'pacote de maldades' em Minas
Votação sobre dívida dos Estados deverá ser adiada para amanhã, diz líder do DEM
Militares de Minas decidem fazer greve contra 'pacote de maldades'

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por