Campanha para Legislativos pode custar até R$ 496 mi

Amália Goulart e Aline Louise - Hoje em Dia
08/07/2014 às 08:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:18
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A campanha eleitoral em Minas Gerais para eleger os 77 deputados estaduais e 53 federais pode custar até R$ 496 milhões. Os partidos políticos registraram no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) a previsão de gasto máximo por candidato a parlamentar.   As legendas que polarizam a disputa ao governo de Minas e também à Presidência da República, PT e PSDB, estão entre aquelas que pretendem investir mais recursos para eleger as bases nos Legislativos.   Os tucanos vão gastar até R$ 7 milhões por candidato a federal e R$ 4 milhões para estadual. Já os petistas pretendem apresentar despesas de até R$ 5 milhões por candidato a deputado federal e R$ 3 milhões a estadual.   Nos bastidores, a média feita pelos partidos políticos é a de que uma vaga na Câmara Federal custará em média R$ 5 milhões. Já uma cadeira na Assembleia não sairá por menos de R$ 3 milhões. Multiplicados estes valores pelo tamanho das bancadas (77 estaduais e 53 federais), a campanha sairá por até R$ 496 milhões.   Em Minas, os partidos fizeram uma média de quantos votos serão necessários para eleger os parlamentares – 90 mil votos para federal e 60 mil votos para estadual.   Para o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, o limite de gastos apresentado pelos partidos será “inexequível”. Ele calcula que o gasto real, tanto para campanha de deputado federal quanto estadual, será em torno de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões. Segundo Pestana, este ano será mais difícil captar recursos, “por causa do ambiente econômico, sucessão de escândalos de corrupção e a decisão parcial do STF, que sinaliza com a proibição do financiamento de campanhas por pessoas jurídicas”.   Já o deputado federal Gabriel Guimarães, vice-presidente do PT estadual, vê com “naturalidade” os valores previstos para as campanhas. “Temos a democracia e ela tem custos. Um deles é a campanha. Não vou dizer que a democracia é cara. Caro é não ter democracia”, diz.   Segundo ele, o valor de uma campanha leva em conta gastos que vão desde a mão de obra para fazer panfletagem, passando pelo combustível até as agências de marketing.       Para cientistas políticos, a solução para acabar com as campanhas milionárias e as distorções do sistema proporcional eleitoral é a reforma política. Porém, ela está parada no Congresso Nacional. Entre os itens que poderiam promover alterações no atual sistema está o voto distrital misto (divisão do estado, por exemplo, em distritos, sendo metade dos votos computados ainda em um sistema de listas), e o financiamento público de campanha.

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