Dilma desiste de discursar na TV no 1º de maio

Agência Estado
27/04/2015 às 21:50.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:48
 (Dida Sampaio/divulgação)

(Dida Sampaio/divulgação)

  Após ter sido alvo de um "panelaço" em diversas cidades do País quando falou pela última vez em cadeia de rádio e TV, no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, a presidente Dilma Rousseff desistiu de fazer otradicional pronunciamento à Nação no 1º de maio, Dia do Trabalhador.   A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 27, durante reunião da presidente com o seu núcleo político. Desde que assumiu o primeiro mandato, em 2011, esta será a primeira vez que Dilma não se dirigirá aos trabalhadores na data. A comunicação será feita via redes sociais, mas o modelo a ser usado ainda vai ser definido.    Apesar da decisão inédita, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, negou que a presidente tenha desistido de ir à TV por temor de que haja novos panelaços. O episódio precedeu os atos do "Fora Dilma" de 15 de março.    "A presidenta não teme nenhum tipo de manifestação da democracia Toda manifestação que é oriunda da construção de um Brasil democrático a presidenta não tem temor com isso", disse Edinho.   "A presidente vai dialogar com o trabalhador pelas redes sociais "Segundo o ministro, a necessidade de uma nova estratégia de comunicação foi "unânime". "A presidenta só está valorizando um outro modal de comunicação. Ela já valorizou as rádios, valoriza todos os dias a comunicação impressa, ela valoriza a televisão e ela resolveu, desta vez, valorizar as redes sociais", afirmou o ministro, escalado para falar ao final da reunião no Palácio do Planalto.   Na avaliação de integrantes do governo, conforme relatos colhidos pelo Estado, não havia anúncio de medidas a serem feitas, caso Dilma se optasse pelo pronunciamento, o que poderia ser um motivo a mais para reacender a reação negativa contra o governo.   A última vez que um presidente não foi à TV para falar no Dia do Trabalhador foi em 2009, quando o ex-presidente Lula optou por comparecer a uma cerimônia alusiva à data, no Rio de Janeiro. Em 2003, no seu primeiro ano de governo, Lula também não foi à TV, mas esteve   presente à uma missa em homenagem aos trabalhadores, em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Lula usava bem menos a estratégia dos pronunciamentos que Dilma. Em quatro anos e quatro meses de governo, a presidente já igualou o número de pronunciamentos dos oito anos do Lula.   Lula Hoje, Dilma se reuniu por cerca de duas horas com Lula da Silva em um hotel de São Paulo. Dilma chegou à capital paulista pouco antes das 14 horas, após visitar a região de Xanxerê (SC), que foi atingida por um tornado na semana passada.   Antes de deixar Xanxerê, a própria presidente disse que iria fazer uma "parada" em São Paulo e depois retornar para Brasília.   Sua agenda oficial foi alterada para a inclusão da passagem pela capital paulista. No entanto, não foi citada a reunião com o ex-presidente. Na sexta-feira passada, Lula cobrou, pela primeira vez em público, que sua afilhada política diga o que pretende fazer neste segundo mandato.   "Temos de dizer em alto e em bom som dentro do PT, para a companheira Dilma ouvir e para os nossos deputados e militantes ouvirem, nós precisamos começar a dizer o que nós vamos fazer neste segundo mandato, qual é a nossa política de desenvolvimento que nós vamos colocar em prática", disse Lula em evento do PT.    'Coração Covarde' Em meio à votação do projeto de lei da biodiversidade, o deputado tucano Bruno Araújo (PE) mudou de assunto e usou a palavra para fazer críticas à presidente Dilma Rousseff. Pela decisão de Dilma de não falar em rede nacional em 1.º de maio, o tucano chamou a presidente de "coração covarde", em referência ao jingle da campanha do PT que falava em "coração valente".    "A dúvida era se a presidente viria à televisão e sofreria mais um panelaço", ironizou Bruno Araújo, antes de completar. "A presidente que fez a campanha como corajosa, coração valente, é hoje a presidente que se esconde". Segundo o deputado, Dilma não "teria coragem de explicar que tirou direito dos trabalhadores".   O governo foi defendido pelo líder José Guimarães (PT-CE), que disse que "a presidente tem muito o que mostrar no 1.º de maio". Guimarães acusou o PSDB de "mudar de posição de uma semana para outra" no projeto da terceirização. "Não dá para ouvir o PSDB, que semana passada se rendeu ao lobby dos empresários e mudou de posição, vir agora falando mal das medidas provisórias (do ajuste fiscal)", rebateu o petista. (Colaboraram José Roberto Castro e Carla Araújo) 

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