Eduardo Cunha 'ameaça' votações se Renan atrasar terceirização

Agência Estado
23/04/2015 às 20:15.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:45
 (Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

(Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), insinuou, no início da noite desta quinta-feira (23), que poderá retaliar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em votações de matéria de interesse dos senadores. Renan tem discutido com interlocutores próximos a possibilidade de "engavetar" o projeto que regulamenta a terceirização no país.

Renan tem dito que não concorda com o texto aprovado na quarta-feira, 22, pelos deputados em plenário e, diante da ameaça de Cunha de restabelecer o que passou na Câmara, deve segurar a votação da proposta pela Casa ao menos durante a sua gestão, que se encerra em janeiro de 2017.

Como o projeto original, apresentado em 2004, é de autoria de um deputado federal, a Câmara tem a prerrogativa regimental de dar a palavra final sobre o teor da proposta. Isso significa que, mesmo se os senadores aprovarem mudanças ao texto, os deputados podem retornar ao teor que foi aprovado ontem pela Câmara que a matéria seguirá para a sanção presidencial.

"Se o Senado pode segurar (projetos), a Câmara pode segurar também", ameaçou Eduardo Cunha, em entrevista à Agência Estado. Perguntado sobre se isso significa chumbo trocado, Cunha respondeu: "Não sei ainda, isso dependerá do conjunto, não só de mim, mas óbvio que a Câmara tem o que segurar."

Também em entrevista, Renan Calheiros não quis fazer uma tréplica à fala do colega da Câmara. "Eu não vou discutir isso", afirmou. "Essa polêmica não faz bem não", completou. Renan reafirmou que a proposta tramitará em "tempo normal" na Casa e passará por comissões e ainda será realizada uma sessão temática para discutir o projeto. "Não vamos votar com sofreguidão porque isso é ruim", disse.

O presidente do Senado defendeu que a regulamentação da terceirização não pode atingir a atividade fim das empresas, conforme aprovado pela Câmara. Segundo ele, essa medida precariza e desqualifica a relação de trabalho.
http://www.estadao.com.br

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