Esquema envolvendo Bumlai repetiu prática do mensalão, diz procurador

Estadão Conteúdo
24/11/2015 às 12:03.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:03

Em coletiva para explicar a nova fase da Operação 'Lava Jato', batizada de Passe Livre, as autoridades disseram que o pecuarista José Carlos Bumlai começou a ser investigado após a delação premiada de Fernando Baiano. De acordo com o procurador Diogo Castro de Mattos, Bumlai teria oferecido apoio político à construtora Schain para obter contratos com a Petrobras.

O procurador informou também que as investigações mostraram que o empresário é autor de lavagem de dinheiro e movimentação ilegal de recursos com uso de empresa de fachada. Segundo o procurador, o empréstimo contraído por Bumlai, em 2004, de R$ 12 milhões, com juros, em dezembro de 2005, chegou em R$ 18 milhões, tinha como beneficiário o Partido dos Trabalhadores, sob a aparência de legalidade.

Mattos argumentou que tais empréstimos não cobrados são similares ao que ocorreu no escândalo do mensalão. "Conseguimos comprovar que o empréstimo de R$ 12 milhões a Bumlai não havia sido pago", disse.

Apesar de o PT ter sido citado como beneficiário do empréstimo de fachada, o procurador Carlos Fernando de Souza Lima disse que o suposto caminho do dinheiro até chegar ao partido ainda está sob investigação.

De acordo com o Ministério Público Federal, Bumlai, que foi preso nesta terça-feira em Brasília, utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schain. No detalhamento do empréstimo, Diogo Castro disse que houve total perdão dos juros, o que mostra a irregularidade da transação. Ele citou que além do empréstimo principal que envolve a estatal petrolífera, há dezenas de outros empréstimos não pagos, envolvendo pessoas físicas e jurídicas, coisa de dezenas de milhões de reais.

Nesta fase da operação, a força-tarefa investiga o uso de empréstimos para a lavagem de dinheiro, diferente do uso de empresas de consultoria, como foi revelado nas etapas anteriores. A operação começou a partir da delação do ex-gerente internacional da Petrobras, Eduardo Vaz Musa, que citou a propina da empreiteira Schahin para Nestor Cerveró e outros executivos da estatal por meio de empréstimo do Banco Schahin para Luiz Carlos Bumlai.
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