Ex-contadora de Youssef admite ter emitido R$ 7 milhões notas frias

Agência Estado
08/10/2014 às 13:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:32
 (RENATO COSTA /FRAME)

(RENATO COSTA /FRAME)

A contadora Meire Poza admitiu nesta quarta-feira (8), em depoimento à CPI mista da Petrobras, ter emitido R$ 7 milhões em notas frias em serviços prestados para empresas do seu ex-cliente, o doleiro Alberto Youssef. Meire fez questão de destacar que a prática foi uma "exceção" na sua atividade profissional e ressaltou que sua empresa tem atividade regular.
  Após o comentário da ex-contadora do doleiro, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), questionou a contadora sobre o montante em notas fiscais regulares que ela emitiu. Meire Poza, entretanto, não soube precisar e disse que poderia "levantar isso". "A senhora faz parte do esquema, se a senhora emitiu nota fria, a senhora é investigada", acusou Cunha.
Meire, que depõe como testemunha, protestou. O peemedebista retrucou novamente e disse que a CPI está tratando como "informante alguém que faz parte do esquema". Ele anunciou que o PMDB vai apresentar um requerimento de quebras de sigilo fiscal e bancário das empresas da ex-contadora de Youssef e pedir ainda à Polícia Federal o inteiro teor dos depoimentos que ela prestou no curso da Operação "Lava-Jato", da Polícia Federal.
"Estamos aqui com uma fornecedora de nota fiscal fria. Ela já admitiu o que é, uma ré confessa", atacou Cunha. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), saiu em defesa de Meire Poza, destacando que ela está "prestando um serviço ao País".
"Não dá para continuar com uma quadrilha na Petrobras e até agora não descobrimos qual é o chefe da quadrilha", afirmou ele, ao frisar que a CPI tem é de aprovar um requerimento de quebra de sigilo das empreiteiras. Bueno ressalvou que, se Meire tiver envolvimento no esquema, terá de pagar também por isso.
Petrobras
A ex-contadora do doleiro afirmou também durante o depoimento que não tem informações sobre as operações que envolvem a estatal petrolífera. Ela disse ter "informações de operações feitas no escritório do Youssef".
Ela disse que começou a trabalhar a partir de 2011 para duas empresas do grupo de Youssef, a GFD e a Graça Aranha. Ela afirmou ainda que posteriormente fazia serviços para outras empresas dele.
Meire disse receber R$ 15 mil para fazer o atendimento contábil às empresas do grupo de Youssef. A contadora disse que só foi conhecer o doleiro em 2012, pois a informação inicial que tinha era de que a GFD pertencia a um grupo estrangeiro.
A contadora respondeu ao relator da CPI mista da Petrobrás, deputado Marco Maia (PT-RS), que não reconhece que a empresa de contabilidade dela tenha recebido recursos da ordem de R$ 1,1 milhão, a título de honorários.
 

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