Polícia do Camboja esvazia principal ponto de manifestação na capital do país

Agencia Estado
04/01/2014 às 09:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:08
 (Luc Forsyth)

(Luc Forsyth)

As autoridades do Camboja esvaziaram o principal ponto de manifestação na capital do país neste sábado (4), isolando a área com centenas de policiais armados antes de um protesto contra o governo, previsto para este domingo (5).

Os agentes de segurança fizeram uma operação em torno do Parque da Liberdade, localizado perto de uma zona turística da cidade, um dia depois policiais dispararem e matarem quatro manifestantes em meio a crescente agitação política e trabalhista no país. Entre as tensões está uma série de protestos liderados pela oposição e uma greve nacional que paralisou a indústria de vestuário do Camboja.

Segundo testemunhas, cerca de 100 homens - vestindo com uniformes sem identificação e armados com paus e canos de metal - entraram no parque na manhã de sábado e perseguiram dezenas de monges e civis que haviam se reunido perto de um palco montado pela oposição do Camboja, o Partido de Resgate Nacional.

Mais tarde, policiais uniformizados, muitos deles com cassetetes e escudos, chegaram no local e isolaram vias de acesso ao parque, negando acesso a veículos e pedestres. As autoridades permitiram que as pessoas dentro da área saíssem. Em seguida, dezenas de trabalhadores começaram a derrubar o palco de manifestação da oposição, enquanto helicópteros e caminhões da polícia circulavam pelo parque.

Na região, alguns comerciantes fecharam suas lojas e dezenas de curiosos se aproximaram para observar a ação da polícia.

O partido de oposição havia planejado uma manifestação em massa no parque para este domingo, como parte de novos protestos para contestar os resultados das eleições em julho e para pedir o fim do regime de 28 anos do primeiro-ministro Hun Sen. Não ficou claro se a oposição ainda tentará uma demonstração após a ação da polícia.

Os oficiais da polícia disseram que as medidas de segurança, que envolveram oficiais regulares, policiais militares e esquadrões de choque, tinham como objetivo evitar mais tumultos após as mortes dessa sexta-feira (3).

"Há anarquistas envolvidos nos protestos, que estão afetando a ordem social e a segurança. Nós não podemos permitir que isso continue", disse Keat Chantharith, porta-voz do Comissariado Nacional de Polícia. "Nós respeitamos os seus direitos, mas eles não respeitam a lei". Fonte: Dow Jones Newswires.
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