Polícia do Paraná apura se denúncia de estupro teve motivação política

Agência Brasil
20/10/2018 às 13:35.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:20
 (Divulgação / Polícia Civil PR)

(Divulgação / Polícia Civil PR)

A Policia Civil paranaense investiga se há motivação política em uma denúncia de estupro no Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A vítima, que se declara mulher transexual, de 22 anos, disse que o crime foi cometido por um grupo de garotos e que a motivação seria o fato de ela estar usar um adesivo da campanha #EleNão – contrária à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.

O relato foi postado no site do Mapa da Violência. A denúncia anônima é investigada pela Delegacia da Mulher de Curitiba. Nas redes sociais, o centro acadêmico informou quer tomou conhecimento do caso por meio da internet, mas que, até o início da semana, não havia sido contactado pessoalmente pela vítima.

“Não vamos colocar em descrédito o relato da vítima pois, o tempo todo, vítimas de estupro são culpabilizadas. Nos colocamos a serviço do acolhimento da vítima, mesmo que essa mulher não se sinta à vontade para a exposição do ocorrido. O corpo docente, juntamente com os estudantes, está articulando formas de lidar com o acontecido de forma a verificar os fatos.”

Repúdio

O Centro Acadêmico de Ciências Sociais publicou, também em sua página no Facebook, uma nota de repúdio, por meio da qual se coloca à disposição da vítima para auxiliá-la no que for necessário – inclusive para tomar medidas legais e na busca por apoio psicológico. “Não podemos banalizar esse como mais um caso estatístico”. O centro apela para o fim da  “crescente onda de violência”.

Na nota, a entidade diz que também identificou pichações com os dizeres “B17” e com suásticas nas paredes do centro acadêmico e informa que vai repensar a abertura do local em todos os turnos do dia – incluindo à noite – para estudantes de ciências sociais, de outros cursos e para a comunidade externa. 
 

Em momentos anteriores, nas redes sociais, quando questionado sobre a violência atribuída aos seus simpatizantes, Bolsonaro afirmou que rechaça qualquer tipo de agressão e que não tem como controlar as pessoas.

Outro caso

No último dia 9, um jovem universitário de 27 anos foi agredido a golpes de garrafa e chutes por supostos apoiadores do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), nas proximidades da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), região central de Curitiba. Segundo informações do Diretório Central Estudantil (DCE) da instituição, na hora do ataque, o rapaz, da comunidade acadêmica, utilizava um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
 

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