A pedido de Dilma, Lula vai a Brasília para fechar reforma ministerial

Folhapress
01/10/2015 às 17:27.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:55

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca na manhã desta quinta-feira (1º) para Brasília a pedido da presidente Dilma Rousseff com a missão de debelar a crise provocada pela reforma ministerial.    A mais recente queda-de-braço é entre os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder do PMDB na Casa, e o pedetista André Figueiredo.    O peemedebista se recusa a aceitar a nomeação de Figueiredo para o Ministério das Comunicações, que ficará com o PDT. Como ambos são do Ceará, Eunício diz que sofrerá retaliação.    Dilma havia prometido cortar dez pastas em sua reforma ministerial. Pelo último desenho, seriam eliminadas nove.    A relação do Planalto com o PMDB, que há meses está conturbada, começou a se redesenhar nesta quarta (30), quando Dilma cedeu a pressões do partido e de Lula e afastou do coração de seu governo o petista Aloizio Mercadante, substituindo-o na chefia da Casa Civil por Jaques Wagner, hoje na Defesa.    A troca e a ampliação do naco do PMDB de seis para sete pastas devem garantir, na avaliação de assessores, o apoio de no mínimo 50 dos 66 deputados do partido para evitar abertura de um processo de impeachment contra a presidente.    Ela precisa de ao menos 172 deputados para barrar um pedido de impedimento, que, para passar, carece de 342 votos dos 513 da Câmara.    Mercadante, que volta à Educação, era citado por petistas e peemedebistas como desagregador. Lula defendia sua substituição desde o início do segundo mandato, mas reclamava de não ser ouvido.    MAIS PODER    Com a mudança, o ex-presidente conseguiu convencer Dilma a aumentar o poder do PMDB e, assim, tentar ao menos postergar um eventual desembarque do governo -em novembro, o partido fará um congresso para discutir a saída.    Dilma já definiu o nome de cinco ministros peemedebistas: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).    Ela está fechando os nomes dos indicados pela bancada da Câmara para a Saúde, hoje com o PT, e a Ciência e Tecnologia, da qual sairá Aldo Rebelo (PC do B) para substituir Wagner na Defesa.    Na Saúde, o mais cotado é o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Para Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ). Ambos sugeridos pelo líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).    Dilma continua sendo pressionada por aliados de Lula a trocar José Eduardo Cardozo (Justiça). Lula queria trocá-lo pelo ex-ministro Nelson Jobim, peemedebista e advogado que tem atuado na defesa de empreiteiros na Lava Jato.    No campo petista, Dilma vai fundir os ministérios da Previdência, Trabalho e Desenvolvimento. Fará o mesmo com as três secretarias que têm status de ministérios: Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos formarão o Ministério da Cidadania.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por