A relação entre a economia brasileira e Dilma Rousseff

Editorial - Do Hoje em Dia
13/07/2012 às 06:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:31

A economia brasileira está patinando, com leve alta num mês e ligeira queda no mês seguinte, mas o resultado nos cinco primeiros meses ainda é positivo, com crescimento de 0,85% na comparação com o mesmo período de 2011. A situação incomoda o governo, tanto que Dilma Rousseff já se antecipou, diante de um índice menor em maio: “Uma grande nação não se mede pelo PIB”.


É verdade, mas não deixa de ser importante a medida do desenvolvimento do país pelo PIB. Tanto que o governo Lula, em seu primeiro mandato, fez uma revisão metodológica do cálculo da produção nacional, alterando o peso e a composição dos indicadores básicos.


Com isso, o PIB de 2003 subiu de 0,5% para 1,1%; o de 2004, de 4,9% para 5,7%; o de 2005, de 2,3% para 3,2%; e o de 2006, de 3% para 4%. Sem essa mudança, já em 2008 a carga tributária do Brasil representaria quase 40% do PIB – uma taxa extremamente grande, se comparada com outros países.


Um efeito da situação atual, em que o Banco Central já prevê crescimento de 2,5% neste ano, é que ficará ainda mais evidente a pesada carga tributária. A ela vêm se somar as excessivas taxas de juros, que em junho ficaram em média 6,2% ao mês e 105,8% ao ano, para pessoa física, e 3,6% ao mês e 52,7% ao ano, para pessoa jurídica.


“Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e seus adolescentes”, ensinou Dilma Rousseff. A medida correta, na sua visão, é a capacidade de um país de “proteger o seu presente o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes”.


Não há o que opor a tal raciocínio, mas é preciso admitir que haverá aumento da capacidade na medida em que cresce a economia. Mais: que o crescimento vem sendo travado pela excessiva tributação, que tira a capacidade de investimento da sociedade, e pelos juros ainda extorsivos que desestimulam os devedores e exaurem as finanças públicas.


Com os juros que o governo continua pagando a seus credores, externos e internos, sobram poucos recursos, apesar de tantos impostos, para que possa investir no crescimento desejado pela presidente Dilma. Na opinião dela, é preciso investir em escolas de tempo integral, pois “nenhum país desenvolvido tem escola de período único”. O Brasil possui atualmente 33 mil escolas de ensino fundamental e médio com aulas em turno integral. A presidente quer chegar a 60 mil, até o final de seu governo. O número parece excelente, se ela está se referindo a quatro anos de mandato.

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