Advogado diz que feijoada de Delúbio em presídio é "fantasia"

Filipe Coutinho e Severino Motta - Folhapress
26/02/2014 às 17:53.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:18

BRASÍLIA - A defesa de Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão, negou nesta quarta-feira (26) privilégios na prisão e classificou de "fantasia" uma feijoada que teria sido organizada no fim de semana.    Segundo o advogado Arnaldo Malheiros, Delúbio Soares está em regime rigoroso. "Não há regalia nenhuma. Pelo contrário. Eles estão num regime muito rigoroso, muito severo, e muito incoerente".    Malheiros afirma que os colegas de Delúbio na cela é que compraram na cantina o alimento. "Tem essa história da feijoada, que é uma fantasia. De fato, os companheiros de cela dele compraram na cantina uma costela de porco em lata, misturaram com a xepa e chamaram de feijoada. Nem foram eles, o pessoal do mensalão. Foram os outros presos da mesma cela. Mas como é comum nas cadeias, é tudo coletivo. O que é de um é de todos. Não houve feijoada nenhuma nem tem a menor condição de fazer", disse.    O advogado disse ainda que não houve privilégios a Delúbio, que queria manter a barba. Também afirmou que a conversa entre o ex-tesoureiro do PT e um membro do sindicato dos agentes penitenciários foi trivial.    "Disseram que ele brigou com um funcionário porque tirou a barba. Se brigou ou não eu não sei, mas que tirou a barba ele tirou. Então, também não tem privilégio nenhum. O que mais disseram? Que ele teria se encontrado com o presidente do sindicato dos agentes penitenciários. Não, o presidente do sindicato vai praticamente dia sim, dia não ao presídio. E obviamente passou pela cela dele e deu um oi. Só. Não tiveram conversa", afirmou Malheiros.    Medidas    O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios pediu na noite de ontem que o governo local tome medidas para sanar privilégios noticiados na mídia em relação aos presos do mensalão que estão em Brasília.    Caso o problema não possa ser resolvido, os promotores requisitam, no documento, que os presos do mensalão sejam "transferidos para presídios federais". O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse hoje que os presos devem ter tratamento igualitário, para evitar rebeliões.    "A penitenciária é uma panela de pressão e quando há tratamento preferencial, os demais ficam inconformados e isso gera toda forma de rebelião. É problemático, todos devem ser tratados com dignidade", disse.

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