Alinhamento de partidos médios reforça chance de eleição em um turno

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
11/01/2014 às 09:01.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:16
 (Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados;Raíla Melo/ALMG;Willian Dias/ALMG)

(Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados;Raíla Melo/ALMG;Willian Dias/ALMG)

A posição atual dos partidos, em especial aqueles de porte médio, reforça a perspectiva de uma decisão em primeiro turno, polarizada entre PT e PSDB, na disputa pelo governo de Minas Gerais. Aliados da administração atual não pretendem lançar candidatura própria e tendem a se manter no bloco liderado pelos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia. Na oposição, apenas o PCdoB pretende lançar candidato próprio, em detrimento da pré-candidatura petista que lidera as pesquisas de intenção de voto no Estado.    Tanto o DEM quanto o PP vão manter-se aliados ao PSDB e não pretendem lançar candidato. Porém, estão de olho na suplência ao Senado e na vaga de vice do cabeça-de-chapa tucano, a ser definido entre o ex-prefeito Pimenta da Veiga e o deputado federal Marcus Pestana.    No DEM, o nome do secretário de Transporte e Obras, Carlos Melles, é cotado para o Senado. No PP, o deputado Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa, deve ser candidato a vice-governador. O PR também não vai lançar candidato a governador, mas o deputado federal Jaime Martins Filho vem sendo cogitado para a disputa de suplência no Senado.   O PDT não decidiu sobre o candidato de sua preferência, mas tende a caminhar com os tucanos. A sigla está na base do governo, mas a partir de junho define uma posição. A chance de lançar candidato ao governo é mínima, mas o PDT pode lançar a candidatura ao Senado do deputado federal Mário Heringer.    “O recesso deu uma esfriada nessas discussões. Como o partido não terá candidatura própria ao governo de Minas, não há pressa em relação a essa decisão”, disse o deputado estadual Sargento Rodrigues, líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa (ALMG). “Temos de caminhar de forma mais pragmática em defesa do que é melhor para Minas Gerais”, disse.   A deputada estadual Luzia Ferreira, presidente do diretório estadual do PPS, informou manterá a aliança com o polo liderado pelo PSDB. Em nível nacional, o partido aprovou em congresso o apoio ao presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE). “Minas fica com o candidato do PSDB”. Possivelmente, segundo ela, o próprio PSB vai apoiar a candidatura tucana ao governo de Minas.    “Não há verticalização das eleições. As alianças seguem a lógica estadual”. Segundo ela, os diretórios de Minas e Rio de Janeiro defenderam a opção Aécio presidente no congresso do partido.   Com Jô Moraes, PCdoB tentará ser terceira via   Aliado do PT desde 1989, o PCdoB vai disputar pela primeira vez o governo mineiro. O lançamento da pré-candidatura da deputada federal Jô Moraes, aprovado em resolução na última reunião do diretório estadual do partido em 2013, deu novo ânimo ao partido que nas últimas eleições conquistou a prefeitura de Contagem, uma das mais importantes do Estado.   Jô Moraes anunciou que em fevereiro vai iniciar as caravanas por todas as regiões mineiras, para debater um programa de governo com a sociedade civil, que não tem conseguido ampliar o debate por falta de mecanismos de participação. “Minas são muitas, mas só poucos falam. Vamos sair da polarização PT-PSDB que inibe o debate dos diferentes projetos políticos”, disse.    Ela pretende aproveitar o período pré-eleitoral para avançar nas discussões de quatro pontos: crescer com uma nova política industrial; incluir e superar as desigualdades regionais e sociais; investir mais em infraestrutura buscando parcerias na iniciativa privada; ampliar a participação popular.    Para a pré candidata comunista, é preciso valorizar a cadeia produtiva do leite, que agrega pequenos e médios produtores rurais. “Quatro balas Chita valem um litro de leite. Esse é o valor pago ao pecuarista”, comparou.    Segundo ela, Minas precisa de um pacto que não privilegie apenas as grandes corporações, mas também as cadeias produtivas da agricultura.    Jô Moraes defende o debate de propostas, sem demagogia. “Muitas vezes os candidatos apresentam propostas de “conveniência” de acordo com as pesquisas eleitorais”.    Para o presidente estadual do PCdoB, Wadson Ribeiro, o cenário está indefinido em Minas Gerais, ao contrário de São Paulo e Rio de Janeiro onde há várias pré-candidaturas postas. “Temos legitimidade para entrar com força nesse debate”.

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