Ausência de Serra em evento do PSDB gera desconforto

Gustavo Porto e José Maria Tomazela, enviados especiais
18/11/2013 às 16:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:13
 (Valter Campanato)

(Valter Campanato)

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) admitiu o incômodo do partido com a ausência do ex-governador e ex-prefeito de São Paulo José Serra no ato tucano em defesa de um novo pacto federativo, pelo fortalecimento de estados e municípios. "A unidade não pode ser total, mas progressivamente será total", disse FHC, que não mencionou sequer o nome de Serra e disse esperar que "essa pessoa citada esteja em outros atos" do partido. "O PSDB está unido", completou.

O ato é realizado em Poços de Caldas, cidade mineira onde o senador e presidente do PSDB Aécio Neves foi recebido aos gritos por militantes do partido como o futuro candidato tucano à sucessão da presidente Dilma Rousseff. Aécio e Serra disputam a indicação do PSDB para a candidatura tucana em 2014 e recentemente trocaram farpas pela imprensa.

Coube ao governador paulista, Geraldo Alckmin, tentar minimizar a saia-justa com a ausência de Serra. "Eu tomei ontem um café com o Serra e ele me pediu que trouxesse o apoio ao federalismo e à unidade do PSDB no tema", disse Alckmin. Para Aécio, o governador paulista demonstrou o apoio e pediu ao senador "que percorra o País", numa referência à campanha do próximo ano.

O ato político comemora ainda os 30 anos da "Declaração de Poços de Caldas", apontada como o primeiro documento público do Movimento das Diretas Já, divulgado em 19 de novembro de 1983 na cidade mineira pelos então governadores Tancredo Neves, de Minas Gerais, avô de Aécio, e Franco Montoro, de São Paulo. Na abertura do ato, a cantora Fafá de Belém entoou, assim como fazia no movimento, o hino nacional).
 

Azeredo não comparece nem é citado

Principal acusado de comandar o mensalão mineiro, o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) foi uma importante ausência no ato tucano "Federação Já", que se transformou em festa pela candidatura de Aécio Neves, em Poços de Caldas, nesta segunda-feira, 18.

O processo investiga desvio de recursos públicos para a reeleição do tucano Azeredo em 1998. Os petistas denunciam a morosidade na apuração e no julgamento dos envolvidos.

O nome do ex-governador acusado de envolvimento no esquema não foi citado durante os vários discursos das lideranças tucanas. O presidente do PSDB, Aécio Neves, evitou falar sobre o mensalão mineiro e sobre a ausência de Azeredo. Ao ser perguntado, disse apenas que a lei vale para todos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também evitou se aprofundar sobre possíveis implicações da prisão dos mensaleiros no julgamento do esquema em Minas Gerais. "Não é questão político-partidária, é institucional", disse.
http://www.estadao.com.br

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