Cidade das Águas em Minas recebe críticas de governistas

Giulia Mendes - Hoje em Dia
24/04/2015 às 06:14.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:45
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

A Cidade das Águas Unesco – HidroEx, programa de inovação desenvolvido pelo governo Minas na gestão PSDB/PP em Frutal, no Triângulo Mineiro, foi alvo de críticas nessa quinta-feira (23) na Assembleia Legislativa. Durante audiência pública solicitada pelo deputado Paulo Lamac (PT), o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miguel Corrêa, afirmou que o recurso utilizado no projeto – cerca de R$ 200 milhões – foi “mal gasto” e criticou a gestão passada.


“Se metade desse investimento tivesse sido destinado ao que a Comissão de Crise Hídrica diagnosticou como a principal ação a ser feita nesse momento, que é o abastecimento do rio Manso, Belo Horizonte e Região Metropolitana estariam hoje afastadas da necessidade de racionamento de água. Outra parte do investimento deveria ter ido para universidades federais e estaduais, institutos de excelência em pesquisas em água no Estado. Ainda assim, a redução de gastos, comparado a Cidade das Águas, seria de 30%”, disse Corrêa.


De acordo com o secretário, a Cidade das Águas terá o projeto remodelado tanto em concepção como em infraestrutura. “Queremos salas de aula cheias de alunos, não espaços ociosos como temos hoje em Frutal”. Corrêa afirmou ainda que existem R$ 5 bilhões em equipamentos sem utilização no complexo e alojamento para 700 pesquisadores que, na avaliação dele, é uma estrutura “desproporcional”.


O ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Nárcio Rodrigues, responsável pela implantação do projeto, rebateu as críticas. Segundo ele, mais de 90% do complexo de 25 prédios estão prontos e os alojamentos comportam 320 pesquisadores, não 700. “Bastaria concluir a obra para transferir sua gestão para o Governo Federal e a Unesco. Mas o governo estadual se recusa a reconhecer o mérito da iniciativa. Está combatendo uma ideia que nasceu do governo Lula (PT) e que envolve grande esforço das Nações Unidas em enfrentar os problemas da crise hídrica”, disse.


Nárcio afirmou ainda que sua terra natal foi escolhida para abrigar o complexo “por estar no Centro do país, às margens do Rio Grande, acima do Aquífero Guarani e na área de abrangência do Cerrado brasileiro”.

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