O ex-senador Clésio Andrade chegou, de muleta, por volta de 16h30, desta sexta-feira (19), à Procuradoria Geral de Justiça – Ministério Público. Andrade é suspeito comandar o esquema de desvio de recursos públicos que movimentou R$ 20 milhões em dois anos. Nesta manhã, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu quatro ex-dirigentes do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), suspeitos de participar do esquema. O ex-senador só foi localizado nesta tarde. Segundo o delegado Denilson Gomes, que participa da operação, Clésio Andrade estava no Sul do Estado.   O promotor Fábio Galindo foi o responsável pelo depoimento de Andrade. O conteúdo da declaração será enviado à Polícia Civil do Distrito Federal. De acordo com o ex-senador, ele ainda não foi informado oficialmente das denúncias pelas quais é acusado. "Não conheço as denúncias, o que sei, ouvi pela imprensa", disse.   Negando qualquer envolvimento com o desvio dos R$ 20 milhões, ele afirmou que reassumiu, nesta sexta-feira, a presidência da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), entidade da qual esteve afastado desde abril. Andrade disse que irá aproveitar a volta ao cargo para abrir uma sindicância e afastar qualquer diretor que esteja envolvido nas investigações da Polícia Civil.   "O que posso adiantar é que como presidente da CNT estou licenciado desde abril e no dia de hoje (19) reassumo minhas funções, determinando uma sindicância interna para apurar que se tido isso (desvio de dinheiro) os diretores possivelmente investigados sejam afastados até a apuração final", declarou. Ele negou, ainda, ter falsificado documentos para dificultar as investigações.   O delegado Denilson Gomes, que participou do mandado de busca e apreensão na residência de Clésio Andrade na manhã de dessa quinta-feira (18), afirmou também que foi recebido pela esposa do ex-senador. De acordo com o delegado, foram apreendidos documentos e mídias e não houve resistência.

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