CMBH adota identificação para acesso à galeria em mais um dia de tumulto

Cristina Barroca - Hoje em Dia
06/08/2013 às 21:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:44

Após o conflito entre seguranças da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) e manifestantes que ocupam o local, ocorrido na segunda-feira (5), a Casa decidiu implantar um sistema de identificação para acesso à galeria do Plenário.

A maioria dos visitantes optou por não se identificar e preferiu não ter acesso à galeria. Segundo Paulo Rocha, integrante do comitê de comunicação da Assembleia Popular Horizontal (APH), não querer se identificar é uma forma de preservar a própria segurança. "É uma forma da gente se resguardar legalmente e para nossa própria segurança. A gente não sabe para onde podem ir essas informações".

A sessão plenária ocorreu normalmente e com tranquilidade, no entanto, do lado de fora o clima ficou tenso. Muito foi discutido, mas a reunião acabou sem nenhuma votação. E a galeria teve livre acesso após o término da plenária.

O presidente da CMBH, o vereador Léo Burguês (PSDB) garantiu que o pedido de reintegração de posse seria protocolado ainda na noite desta terça-feira (6). A Justiça tem um prazo de 48 horas para uma decisão.

Tumulto

Mais um tumuldo ocorreu na tarde desta terça-feira (6) na CMBH. Dessa vez, após o término da sessão plenária. Um funcionário da Câmara, que segundo Paulo Rocha já havia agredido um manifestante na segunda-feira (5), estava sendo filmado por uma repórter do Mídia Ninja no link ao vivo, quando ele se aproximou, bateu no braço da jovem levando ela a derrubar o celular no chão.

Com isso, começou a confusão entre manifestantes que tentaram defender a repórter, e seguranças que defendiam o funcionário da casa, como relatado pelo integrante da APH. "Eu tentei apartar a briga e acabei levando chute. Chegaram a torcer meu braço. Eu tinha uma boa relação com alguns seguranças da Casa que acabaram me chutando. Depois da confusão chegaram a me pedir desculpas", afirmou Paulo Rocha. Ele também contou que o movimento pretende publicar o vídeo do momento da agressão até quarta-feira (7).

Os agredidos registraram um Boletim de Ocorrência (B.O.). Rocha demonstrou preocupação com a demoralização do movimento com essa série de conflitos. "Tem seguranças despreparados e agindo com truculência. Os ânimos se exaltam mas eles estão lá para garantir a segurança e são preparados para isso. Esses atritos desviam o foco do movimento."


Ocupação e greve de fome

Após o retorno dos vereadores do recesso parlamentar, cerca de 30 pessoas decidiram manifestar na CMBH e cobrar por uma audiência pública para a prestação de contas do ano de 2012 por parte da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Lacerda teria realizado essa prestação em abril, mas a reunião foi restrita à Mesa Diretora, e às portas fechadas.

No sábado (3), O prefeito Marcio Lacerda disse que o movimento é "partidário" e se escora em "factoides". E chegou a chamar os manifestantes de "preguiçosos" e "desinformados". Na segunda-feira (5) foi a vez do presidente da Câmara Municipal de BH rotular os manifestantes. "São pessoas anarquistas, ligadas a partidos políticos que não conseguiram se eleger. Vamos separar as manifestações populares dos vândalos anarquistas que estão usando de violência", afirmou o vereador do PSDB.

Um casal fazia greve de fome em apoio às reivindicações do movimento. A jovem identificada como Ana desistiu do protesto após 50 horas sem comer. A garota de 26 anos desmaiou e precisou ser atendida por médicos do Samu. O rapaz mantém sua postura de não se alimentar há cerca de 120 horas.

*Com informações de Humberto Santos

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