Cunha diz que revisão de meta fiscal mostra "o quanto governo errou"

Victor Martins, Daiene Cardoso e Daniel Carvalho
27/10/2015 às 19:09.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:14

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a nova alteração na meta fiscal anunciada pelo governo nesta terça-feira, 27, e afirmou que a mudança mostra o "quanto o governo errou". "Isso mostra o quanto não adianta falar em CPMF porque o buraco é três CPMFs fora esse ano", disse. "Eles perderam o sentido de que a credibilidade da economia não pode ser jogada em teste a toda hora".

Cunha lembrou que o governo começou com uma meta de superávit primário de R$ 70 bilhões e que agora vai entrar um déficit de R$ 51,5 bilhões. "Isso gera retração de investimento, insegurança. Isso é um indicador ruim. Espero que seja o último e que se possa ter confiança nos próximos números", afirmou. Ele voltou a afirmar que acha difícil a CPMF ser aprovada no Congresso e destacou pesquisa da CNT/MDA que mostrou que 70,5% são contra a volta da contribuição e 86,7% não estão dispostos a pagar mais impostos.

Para o deputado, o maior problema para o rombo fiscal é a queda de arrecadação. "Se continuar caindo, não tem CPMF que resolva. Por enquanto só tem aumento de tributos e é preciso ter norte para recuperar a economia. Não é a CPMF que vai fazer o Brasil crescer, trazer emprego, são medidas de conjunto macro, medidas que possam estimular investimento", afirmou. "Se aprovar CPMF resolvesse o problema do Brasil, talvez aprovasse, mas não resolve."

Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU), Cunha acredita que deve passar pelo Congresso, mas o trâmite tende a ser demorado. "Com relação a DRU, nunca teve problema grave, o governo é que atrasou", disse. "Se está no estágio que está hoje, é culpa da desarticulação do governo. Até tramitar totalmente, não vota este ano", ponderou.

O início da votação da admissibilidade da PEC que iria ocorrer hoje foi adiado, após oposição e governo pedirem vista do relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), durante reunião ordinária da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). A expectativa do governo agora é votar o admissibilidade no colegiado na próxima terça-feira, 3.
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