O clima acirrado da corrida eleitoral marcou a última sessão extraordinária na Câmara Municipal (CMBH), nesta segunda-feira (9) antes do recesso parlamentar. Nas discussões em torno do Projeto de Lei 2.098/12, de autoria do Executivo, que institui a Operação Urbana Simplificada do Centro de Convenções na Regional Nordeste, na altura do Bairro União. A vereadora Neusinha Santos (PT) foi ao microfone diversas vezes para comentar que o texto é “obscuro” e que não há necessidade de votá-lo antes do período eleitoral. “O Centro da Gameleira responde bem à demanda da cidade. Quem são os empresários beneficiados com essa pressa?Votar hoje (ontem) só vai servir para sinalizar ao grupo interessado que o projeto foi votado”, observou, alegando que o texto é um “bilhete premiado” para o grupo empresarial. A ideia foi compartilhada pelo vereador Iran Barbosa (PMDB), que reclamou que o prefeito está fazendo “esforço enorme” para a votação do PL. “Estamos numa situação em que doador de campanha e beneficiados pelo Poder Executivo estão em uma relação quase direta”, acrescentou, citando as empresas Rossi, Multiplan e Direcional, que venceram outras licitações na capital e doaram dinheiro para a Prefeitura. Em defesa do PL, o vereador Sérgio Fernando afirmou que o texto contempla a preocupação com a mobilidade urbana e com a sustentabilidade. “O projeto está transparente, o MP pode investigar”, completou.