Deputado Henrique Alves nega que tenha favorecido seu assessor

Tássia Kastner
15/01/2013 às 19:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:39
 (JoséCruz/ABr)

(JoséCruz/ABr)

Candidato favorito para assumir a presidência da Câmara, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) disse nesta terça-feira (15) que sabia do vínculo de seu ex-assessor Aluizio Dutra de Almeida com a empresa Bonacci Engenharia e Comércio Ltda, mas nega que tenha favorecido o assessor ou a empresa dele. Alves afirmou também que não tem responsabilidade de fiscalizar como são feitas as licitações e convênios para a destinação dos recursos públicos.

"Ele não recebeu recursos públicos. A empresa da qual ele era cotista recebeu. Tanto que o mantive esse tempo todo sem realizar nenhuma ingerência nessa área", afirmou. O jornal Folha de S. Paulo revelou que Almeida é sócio da Bonacci, empresa que recebeu dinheiro público de emendas parlamentares do próprio Alves e de projetos do governo federal. Nesta segunda-feira (14), após a denúncia, o assessor deixou o cargo. Sobre a exoneração, Alves disse que ele saiu para "não criar embaraço político".

Para Alves, a fiscalização do destino dos recursos aprovados por emendas parlamentares é atribuição do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União. "Eu sou um lutador árduo por emendas, por convênios para o município que é pobre, para o Estado que é pequeno, do Nordeste brasileiro", disse, referindo-se ao Rio Grande do Norte, pelo qual é eleito, e também a prefeituras do Estado. "Esse é o trabalho que eu faço. A partir daí, a partir da hora que isso é obtido, quem cuida são os gestores públicos, órgãos de fiscalização", completou.

O deputado disse que Almeida, que foi seu assessor nos últimos 13 anos, é apenas cotista da empresa Bonacci Engenharia e Comércio Ltda. Ele teria se afastado da gestão da empresa, ao ter sido aprovado em um concurso público em 1986, cumprindo exigência legal para assumir o cargo. "Em 1986, ele se desligou da empresa e passou a manter apenas cotas que são seu patrimônio, da sua família. Ele continuou, mas sem nenhuma gerência executiva na empresa desde 1986", disse o deputado.

Alves invocou seu histórico parlamentar para refutar as acusações. "Quem tem 42 anos de Parlamento, 11 mandatos, o que for para ser esclarecido, será. O que for para ser dito, será. O que for para ser corrigido, será. Só que, neste caso, está sendo claramente dito qual é o meu papel, qual é a minha tarefa que continuarei a fazer", afirmou o deputado, insistindo que, como parlamentar, deve continuar lutando pela liberação de verbas parlamentares para municípios de seu Estado.

O deputado federal esteve nesta terça reunido com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), na primeira de uma série de viagens em busca de apoio político para sua candidatura à Câmara dos Deputados. No roteiro, estão mais 12 Estados. Ele também almoçou com parlamentares gaúchos de todas as legendas em busca de apoio político.

Denúncias

Henrique Eduardo Alves (RN) negou as denúncias que o envolvem em relação a emendas de seu gabinete e ao direcionamento de obras.

"Quem cuida são os órgãos públicos, de fiscalização. Isso eu não cuido, porque não é a minha tarefa", disse a jornalistas após encontro com correligionários. "Minha tarefa é conseguir o recurso para atender aos reclames, carências e expectativas do meu Estado, e isso tenho feito bem, porque senão não teria 11 mandatos consecutivos", completou.

Na capital gaúcha, dando início a uma série de viagens a 12 Estados, onde pedirá votos para sua eleição a presidente da Casa em fevereiro, Alves chamou a denúncia de "jogo pré-eleitoral".

"Se eu for relacionar a quantidade de emendas que eu destinei ao meu Estado e ao meu município nos últimos dez anos, beira as mil. De repente, sou acusado de três emendas ali ou lá. É um negócio difícil de entender, mas, como democrata tenho que aceitar."
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