Dilma cede ao PMDB, aceita indicação para Saúde e Ciência e Tecnologia e conclui reforma

Folhapress
01/10/2015 às 22:47.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:55

A presidente Dilma Rousseff fez uma última concessão ao PMDB e aceitou indicações de deputados peemedebistas para os ministérios da Saúde e Ciência e Tecnologia.   Na noite desta quinta (1º), véspera do anúncio da nova equipe, Dilma acertou que o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) comandará a Saúde, e Celso Pansera (PMDB-RJ), a Ciência e Tecnologia.   Ela já havia indicado ao PMDB que aceitava a indicação de Castro, mas resistia a Pansera, ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Preferia um nome de "mais peso político" e com ligações com a área.   Dilma pediu aos ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Henrique Eduardo Alves (Turismo) que assumissem a pasta, mas eles recusaram.   Acabou acertando as nomeações de Castro e Pansera em reunião com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ) --os futuros ministros estavam presentes.   Benedita da Silva (PT) vai para a pasta que unirá as secretarias das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Dilma acertava ainda o nome de Pepe Vargas (PT) ou Miguel Rossetto (PT) para o futuro ministério resultado da fusão de Trabalho, Previdência e Desenvolvimento Social.   Ela decidiu que as duas novas pastas terão vice-ministros responsáveis pelas subdivisões. Os chamados "superministros" seriam mais figurativos, enquanto os vices teriam maior poder decisório.   Seria uma forma de contemplar petistas que perderão espaço na nova equipe.   A nova configuração da Esplanada, que amplia o espaço do PMDB de seis para sete ministérios, será apresentada nesta sexta (2) por Dilma.   A expectativa da presidente é que a reforma, feita sob inspiração do ex-presidente Lula, garanta os votos necessários para barrar a abertura de um processo de impeachment e remonte sua base para aprovar o ajuste fiscal.   As duas principais novidades da reforma são a troca de Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner (Defesa) e a demissão do petista Arthur Chioro (Saúde) para abrir espaço para um deputado peemedebista. Duas mudanças sugeridas pelo ex-presidente Lula, que nesta quinta reuniu-se com Dilma.   Cinco outros peemedebistas já estavam definidos no ministério: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).   Lula sai fortalecido, com três nomes de sua confiança no Planalto: Jaques Wagner, Ricardo Berzoini, que assumirá a Secretaria de Governo, e Edinho Silva (Comunicação Social). O ex-presidente gostaria ainda que Dilma trocasse Joaquim Levy por Henrique Meirelles na Fazenda.   Interlocutores de Lula disseram à Folha que ele espera essa mudança mais à frente. Dilma resiste por não ter bom relacionamento com o ex-presidente do Banco Central.   Na reforma que será anunciada, pelo menos nove dos 39 ministérios serão extintos. A meta inicial era eliminar dez.

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